12 fevereiro, 2011

1º Contagiado(a)

Já algum tempo que aguardava a oportunidade de publicar textos sem ser da minh autoria, pois bem, este é o primeiro, de uma pessoa suficientemente doida para aceitar tal desafio. Irei publicar textos não só de bloggers como de pessoas que vou desafiando. Fiquei com este texto que espero que gostem, já agora, não se reprimam de comentários.

Vidas…
“Ela acorda, todos os dias mais ou menos pela mesma hora, o seu despertar é igual dia após dia, pouco humorada, tudo lhe incomoda até ao mínimo ruído, demora aproximadamente uns cinco minutos a despertar verdadeiramente. Depois de algumas voltas para aproveitar ainda o delicioso conforto da sua cama, pensa” humm não dá para adiar mais, vou mesmo ter de saltar da cama”, e assim o fez. Calça os seus consoláveis chinelos, e a primeira coisa que faz é olhar-se ao espelho, não que se ache bonita, nada disso, mas sim para apreciar o seu estado matinal, e pensa ”oh meu deus, ainda bem que durmo sozinha (…)”. Posteriormente como já é hábito, depois de uma volta pelo quarto, meia desorientada, resolve vestir qualquer coisa e seguir para o pequeno-almoço. A fome varia de dia para dia, uns dias acorda faminta, capaz de devorar tudo e mais alguma coisa, outros dias acorda completamente enjoada, sem vontade de olhar para nada que se assemelhe a comida, mas com algum esforço e insistência por parte de quem a rodeia lá ingere qualquer coisita só mesmo para não cair pró lado. Ao longo do dia diversos episódios sucedem, uns já comuns outros como novidade, mas nada de muito diferente, uns dias com uma rotina praticamente definida.
Mais um dia, este com um despertar diferente, não que ela tivesse mudado o som do despertador, mas apenas acordou antes que aquele ranger o fizesse. Acordou noutro habitat, este já familiar mas que fora esquecido por uns tempos, a sensação foi de conforto, (como ela adora aquela cama), mas outra sensação invade o seu corpo, um sentimento estranho, completamente desconhecido, pensou: ”o que se passa comigo?!” O seu coração sufocava, saltitava como nunca antes o sentira, parecia mesmo querer sair daquele corpo e procurar um lugar mais consolante. Inexplicável este estado incontrolável em que ela se sentira. Havia algo que a atormentara e isso incomodava, detestava sentir-se assim, sentia que o mundo ia desmoronar à sua volta, um vazio, uma tristeza, nada fazia sentido.
Neste dia, não teve vontade de comer, de rir, de sair de casa, nem ligou minimamente às pessoas que ama, isolou-se, apreensiva, tentando perceber o que lhe estava acontecer. Voltou a pensar ”o dia tem 24 horas, não tarda este termina, vou dormir, e rezar para amanha acordar mal humorada e voltar a assustar-me quando me vir no espelho”(…)

by D.

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