26 março, 2012

O racista do atletismo

Um dos meus hobbies é a corrida, e se quando era mais novo levava todo esse mundo mais a sério e com mais fulgor, agora corro porque gosto e porque me divirto mas não passo dos 3 treinos por semana, pouco comparando com os 6 de há uns anos atrás.
Ao domingo de manha como é habitual, há sempre encontro marcado com os colegas de treino para mais alguns momentos de convívio e por vezes mais do que treinos aproveitamos a fazemos algumas pequenas provas, ontem foi um desses casos, em Estarreja, uma terra muito próxima de onde moro e a qual visito já alguns anos para esta prova.
Tudo indicava ser mais uma corrida sem muito que se lhe dizer até porque eu corro porque gosto e não porque ambiciono chegar nesta ou naquela posição ou fazer este ou aquele tempo, no entanto, e para grande desilusão minha a manha de ontem transformou-se numa pequena revolta que não pode deixar de demonstrar depois do sucedido, mas voltando atrás, começo por explicar desde o inicio.
Como penso todos saberem as corridas de atletismo começam bem antes da hora da prova quando se revêem pessoas amigas conhecidas e se aproveita para dar uns dedos de conversa, e foi isso que aconteceu, pelo menos até se começar a ver umas movimentações estranhas entre corredores e juízes de provas, e isto porque havia alguém a protestar contra a presença de dois atletas de origem africana e mais um de origem espanhola, claro que isso levou logo a uma discussão entre o meu grupo de amigos que defendemos que mais do que ir para uma prova competir deve-se ir com o espirito desportivo, mas infelizmente não é isso que acontece, contudo tudo isto se passou e o inicio da prova estava prestes a chegar.
Como é habitual os atletas reúnem-se no local da partida 5 a 10 minutos antes para não haver sobressaltos, e foi neste espaço de tempo que começa o espectáculo que dá origem á minha indignação e passo a descrever.
Um dos atletas presentes e que estava na linha da frente (pensava eu ser da organização) fez questão de levantar a vós para uma breve explicação do que “ele” queria que se passa-se, ora então ele argumentando que nós devíamos lutar pelos nosso direitos impingiu a todas as pessoas que estavam na partida que mal fosse dado o tiro de partida estas se mantivessem no mesmo lugar e deixassem os atletas africanos partirem e assim mostraríamos o nosso desagrado. No inicio eu não percebi muito bem o que se estava a passar, nem eu nem nenhum dos que estava a minha volta mas só depois de pensar duas vezes no que ele proferiu eu percebi que ele não tinha qualquer razão para o que estava a dizer, contudo o tiro de partida foi dado e o que aconteceu foi que a maioria dos atletas da primeira fila fizeram o que o seu companheiro pedira e os ditos atletas partiram e tiveram quase um minuto de avanço, quanto a mim e aos que estavam comigo na quarta ou quinta fila ainda tentamos que tal não acontecesse no entanto não havia nada a fazer e após alguns momentos de espera lá acabamos por começar, mas eu como pessoa que sou não poderia estar de acordo com o que se passou e depois de percorrer os meus 10km ao meu ritmo de treino eu teria de agir perante esta situação.
Ao terminar a prova dirigi-me a um dos juízes para perceber o porquê de tal situação e se ele concordava com aquela atitude e a resposta que obtive foi de que nem ele era a favor com o que acontecera nem os juízes de prova tinha sido comunicados previamente do que se iria passar. Percebendo que tudo isto se tratava da vontade de alguns atletas não poderia fazer muito mais, mas tinha de mostrar o meu desagrado e foi na altura certa que a pessoa em questão me apareceu á frente, não pensei duas vezes e dirigi-me a ele proferindo o monólogo que passo a citar.
“- Eu se fosse a ti, desistia do atletismo e nunca mais aparecia a uma prova, se não sabes o que é correr por gosto não devias sequer correr, se estivesse na tua situação tinha vergonha e escondia-me muito bem, tem vergonha do que fizeste. Se não tens pernas para lhes ganhar é porque não sabes o que andas a fazer, eles são atletas como outro qualquer.”
Claro está que não tive qualquer resposta desta personagem.
Como corro porque gosto nem sabia qual o valor monetário para quem ganhasse esta competição mas mais tarde vim a saber que era de 250€, sim 250€ motivaram uma cena de racismo e descriminação como eu nunca tinha visto, é vergonhoso e eu não poderia esconder o meu desagrado, e gostaria de poder fazer mais para que esta situação não terminasse por aqui porque ao contrário que que foi dito isto não foi uma revindicação dos nossos direitos mas sim uma descriminação perante atletas que apesar de terem cor diferente correm com as mesmas duas pernas que eu ou qualquer outro atleta normal.
Para terminar, resta-me apenas nomear a pessoa em questão, o senhor Bruno Jesus, do Maia AC, que mostrou ontem não ter qualquer desportivismo e mais do que descriminar atletas pela cor mostrou que ainda existem pessoas sem escrúpulos e racistas.

20 março, 2012

China vs Russia

Ter um patrão que faz questão de estar junto dos empregados para assim mostrar que ele é quem manda e que as pessoas por pouca vontade que tenham têm mesmo de trabalhar, é chato, aborrecido e stressante, era muito melhor não ter ninguém e cada um fazia o seu trabalho.
Isto até se pode aplicar a algumas empresas, grandes empresas leia-se, mas mais do que grandes empresas com grandes colaboradores, e essa é a diferença entre o nosso belo país que é Portugal e os países desenvolvidos. Enquanto aqui em Portugal dentro de uma empresa temos o patrão e os empregados, num país desenvolvido temos um patrão e colaboradores, e eu explico a diferença que para muitos pode não ser tão perceptível.
Em Portugal, cada um só pensa no seu umbigo, não se importa se o patrão tem mais ou menos lucro, o que realmente interessa é que chegue ao fim do mês e o dinheiro apareça, mesmo que não se esforcem para isso, mas isto não é só, existe também a mentalidade egoísta agregada a este pensamento que faz com que as pessoas não queiram ver os outros acima de nós mesmos.
Quão estúpidos podemos ser a pensar desta maneira, queremos tanto crescer que não importa como, o que realmente nos interessa é o dinheiro, e perdemos mais de 700 horas por mês a pensar no que vamos fazer com o dinheiro que vamos receber pelo nosso trabalho e não paramos nem 5 minutos para pensar numa maneira mais lógica de ver a vida e aquilo que fazemos, por isso mesmo nem percebemos que se não nos esforçarmos naquilo que estamos a fazer o dito patrão não vai ter maiores lucros e com isso não vai ter dinheiro para nos dar em troca do que fazemos.
É tão fácil perceber isto que eu acabo por não compreender como é possível ainda haver pensamentos díspares deste, mas a verdade é que há e o maior exemplo disso é o estado financeiro do nosso país, muito por culpa dos empregados que tem e eu passo a explicar.
Imaginem Portugal como uma grande empresa com milhares de trabalhadores, tantos que é impossível alguém supervisionar todos eles, e portanto, como nós temos uma mentalidade infantil, já que não temos ninguém a ver aquilo que fazemos também não temos de nos preocupar se fazemos muito ou pouco o que realmente interessa é que no fim do mês se receba.
E a verdade é que até agora toda a gente tem recebido muitas vezes por fazer nenhum e isto só mostra a falta de civismo da nossa parte.
É tão fácil chegar ao fim do mês e receber pelo trabalho dos outros, o problema é que se a baixa produtividade não gera lucros para pagar a alta despesa com mão-de-obra temos um problema e isso é a situação em que nos encontramos, mas nem vale a pena comentar porque todos devem ter televisão (e TDT) para ver as notícias.
Quanto a mim, tenho apenas que dizer que tenho vergonha de pertencer a uma sociedade destas.
E tudo isto porque ontem se falou muito na venda dos estaleiros de Viana a grupos internacionais, (Chineses ou Russos).
Esta história aplica-se a estes trabalhadores que nunca pensaram bem nas consequências de não cumprir os prazos das encomendas.
Se tenho pena de ser vendido quer a chineses quer a russos, tenho, mas tenho mais pena da falta de inteligência do povo português.

15 março, 2012

Resumo de uma reunião...

Como eu gosto de reuniões patronais para debater assuntos específicos e gerais sobre o bom funcionamento das empresas.
Isto é quase como na política, falam, falam e acabam por não dizer nada, e quando dizem, como foi o caso de hoje, é como se não tivesse dito.
Eu já tinha uma pequena suspeita do que acabei de constatar hoje na dita reunião.
Para justificar um ponto que estava a ser debatido, o patrão, decide usar uma expressão ouvida por ele uns dias antes, diga-se no estrangeiro, ou melhor numa empresa fora de Portugal, e a expressão diz tudo e passo a citar: “Portuguese c’est merde!”
Ora sem necessitar de qualquer tradução esta afirmação até me parece fazer jus áquilo que realmente é a verdade, e isto porque eu defendo a ideia de que nós portugueses, salvo algumas excepções, não temos qualquer preocupação qualitativa dos nossos produtos exportados e muito menos dos serviços prestados, e com isto quero dizer resumidamente que nós somos muito pouco profissionais no que aos negócios diz respeito.
Eu fiz o que muito boa gente não fez, incluindo muitos empresários portugueses que por ventura até têm vendido a sua “porcaria” lá fora, que foi parar para pensar no que realmente estamos a fazer quando pretendemos vender um produto ou serviço a um outro país que não o nosso, e digo isto porque a grande preocupação da maioria dos empresários portugueses que se dedicam á exportação é a de vender “merda” a troco de muito dinheiro sem pensarem que ao vender um mau produto uma vez vão perder um cliente e com isso denegrir a imagem do nosso país.
Eu sou uma pessoa bastante meticulosa, e quando preciso comprar alguma coisa, por mais supérflua que seja, eu tenho a preocupação de reparar nos pormenores do dito produto e se vir numa prateleira um produto com maus acabamentos eu vou acabar por ficar com uma má imagem de quem o vende, mesmo que este não tenha culpa, no entanto, a mim não me preocupa quem fez tal objecto, mas sim quem a vendeu, e por isso mesmo as empresas estrangeiras acabam por deixar de comprar às empresas nacionais.
Tenho a certeza que esta mentalidade já está a ser modificada, até porque a actual crise assim obriga para qualquer produtor, no entanto esta imagem deixada pelas muitas empresas ignorantes que até agora tem vindo a comercializar para com os países estrangeiros não foi a melhor, e se para baixar a imagem de um país bastam um ou dois anos, para valorizar essa mesma imagem serão precisos dez ou mais anos.
Por isso mesmo, meus caríssimos amigos e amigas comecem a ser mais exigentes naquilo que compram nacional, porque se educarmos os nossos produtores a ter produtos de qualidade no nosso próprio país esses mesmos produtos serão vendidos além-fronteiras.

07 março, 2012

Das Televisões

“Então TDT já está em quase todo o território nacional, muito bem, mas que grande país, já dispomos de uma elevada qualidade televisiva digna de países muito desenvolvidos, mas que motivo de orgulho, mas que qualidade de vida.”
Esta poderá ter sido uma das possíveis visões de quem acordou tal singularidade no momento de aprovação, no entanto, depois de este já estar implementado neste nosso Portugal, é fácil perceber o porquê de este ser mais um disparate de um governo pouco governado, aquele que se propôs a tal insanidade.
Eu não sou contra a digitalização do sinal de televisão, muito pelo contrario, todos podemos afirmar que a superior qualidade de imagem é notória no entanto este é um cenário para o qual Portugal não está preparado, primeiro pela situação económica e depois porque ao contrario dos países já aderentes a este sistema anteriormente, estes tem uma grande mais-valia em aderir a este sistema, que é o aumento de canais, e não falo de um pseudo-canal chamado HD, falo de dez ou vinte canais que todos eles lucraram com a chegada a televisão digital, já nós, portugueses que queremos continuar a ver televisão como antes temos de gastar uma pequena fortuna em troca de um serviço sempre nos foi um direito, resumindo, com a chegada da TDT em nada lucramos.
Aproveitando o facto de estar no panorama “televisão” tenho de deixar aqui um pequeno parenteses que nunca consegui perceber e isto não é do tempo da TDT mas sim muito anterior.
Não sei se vossemecês já se aperceberam mas em algumas casas de Portugal as televisões não dão o mesmo do que a generalidade do país e não me perguntem porque, é algo para o qual não tenho resposta, e acreditem que já perdi muito tempo a pensar em tal facto, no entanto criei uma teoria que me parece credível, mas que não tenho como provar, ora então vamos a ela.
No início apercebi-me que este facto não é algo sistemático e só se passa na maioria das vezes ao fim-de-semana, o que me leva a crer que é algo que se passa nesses dias, então tentei investigar um pouco mais aprofundadamente e foi então que percebi que este facto se deve essencialmente a um objecto que as pessoas colocam em cima da televisão e que altera a imagem da mesma. Não me contentando com tal facto e querendo um pouco mais passei a examinar caso a caso e então conclui que o único objecto colocado sobre as televisões que faz este efeito tem as seguintes características, é feito de tecido, é vermelho e branco e tem inscrito algo semelhante a isto “Amo-te Benfica”. Depois desta conclusão percebi que todo o tempo á procura de respostas tinha sido uma perda de tempo, afinal o único problema é a estupidez humana levada ao estremo.

05 março, 2012

Déjà Vu futebolístico

Welcome to my little world, or not so little!
Bom dia a todos, estão bem-dispostos? Como vai essa segunda-feira? Passaram bem o fim-de-semana? Dormiram bem na sexta-feira? Gostaram dos vossos pequenos e insignificantes dias de descanso?
Se responderam bem a tudo isso ainda bem, fico muito contente por vocês, mas o que eu queria mesmo era ver um bocadinho da vossa indignação portanto, gostaram de ver o FCPorto ganhar ao SLBenfica?
Ah, eu bem me parecia que andavam aí alguns enjoados, deixem lá isso passa amanha depois do jogo com o Zenit com mais uma derrota.
Pois é meus caros leitores e leitoras e coisas estranhas que por aqui passam, quanto a tudo isto eu só tenho a dizer uma coisa. Para nós adeptos de não um clube mas sim de uma nação que é esta do FCP, e que estamos habituados a ganhar tanto a grandes como a pequenos, só existe um slogan possível para estas situações, é ele o seguinte, “melhor que ganhar ao Benfica, é ganhar com ajuda de terceiros”, mas atenção estes terceiros são vocês que os enunciam porque quanto a mim a vitória foi mais do que justa.
Contudo, devo afirmar que foi um jogo sofrido e admito que ainda perdi a esperança, mas o que conta é o resultado final portanto, cá estou eu, depois de umas aproximadamente miseras 48 horas depois a falar deste assunto que em nada alterou o meu belo e lindo fim-de-semana. Já outros não podem dizer o mesmo o que eu compreendo mas também não é o fim do mundo, são coisas que acontecem.
Para finalizar, devo acrescentar que duas semanas depois nós adeptos Portistas já não nos preocupamos nem com pontos cruz, nem pontos de costura muito menos com os pontos daqueles que vem atrás de nós isso é coisa para os que estão atrás do primeiro certo?! Parece-me já ter ouvido isto algures, enfim, continuação de um bom dia e uma boa semana para todos, um dia destes voltarei para vos aliviar essa vossa angustia.

02 março, 2012

Vacas gordas

Não á muito tempo atrás, quando alguém não estava bem com o emprego que tinha, despedia-se e no dia seguinte arranjava novo local de trabalho, no entanto, os tempos mudam e com eles todas essas mordomias e com sito quero dizer que agora a conversa é outra, e se antes qualquer pessoa poderia fazer tal peripécia, agora nem a mais ávida personagem pode ser anfitrião desse filme e tudo porque hoje em dia a numero de desempregados cresce de uma maneira impensável para alguns anos atrás, e se adicionarmos 1 a 800 000 ninguém vai notar, é mais um menos um.
Eu nuca tive a sorte de viver em tal época de vacas gordas pelo menos no que toca a vida profissional e por isso estou acostumado ao normal da sociedade portuguesa actual, não que me rege pelo lema “temos de aguentar tudo e todos porque não arranjamos melhor” mas sim faço um esforço para sobreviver nesta selva que se tornou a procura de emprego.
Não é fácil, nada fácil mesmo, e se nos primeiros dias é tudo muito bom estar em casa a passar umas boas férias, com o passar do tempo vem também as preocupações, de não ter nada para fazer, de não ter dinheiro para pagar as contas, de ter de pensar em todas as despesas uma, duas e vinte vezes para não nos enganarmos e por aí continuando.
Pois bem, eu preferia não estar a escrever este texto, mas a vida está tão boa para mim como para o Sr. Cavaco Silva e coitadinho se ele não tem dinheiro para pagar as despesas, imaginem eu e mais não sei quantos mil portugueses.
Por isso meus caros, tenho a dizer-vos, se não estão bem do lado dos pobres, arranjem maneira para passar para o lado dos ricos, esses sim têm uma boa vida, mas atenção eles continuam a queixar-se a grande diferença é que não têm de contar os trocos.
Eu não sei o que são vacas gordas e se alguém já provou dessa bela e apetitosa carne mas uma coisa eu tenho a certeza, foi por causa desses ruminantes animais que o país está como está e com certeza vos afirmo que nós, geração dos 20 não voltaremos a ver tais exemplares por essas pradarias fora, assim sendo, temos duas opções, ou nos acostumamos á vida dura que temos pela frente ou então emigramos, no entanto atenção á escolha do destino pois não me parece que andem por ai muitos países com belos prados para vacas, ou então sigam mesmo a lógica e procurem na India, pelo menos lá vacas é o que não faltam, visto serem animais protegidos.
Foi muito agradável partilhar estes momentos com vocês, uma boa continuação de procura de emprego (o “bom trabalho” está fora de moda).