Ter um patrão que faz questão de estar junto dos empregados para assim mostrar que ele é quem manda e que as pessoas por pouca vontade que tenham têm mesmo de trabalhar, é chato, aborrecido e stressante, era muito melhor não ter ninguém e cada um fazia o seu trabalho.
Isto até se pode aplicar a algumas empresas, grandes empresas leia-se, mas mais do que grandes empresas com grandes colaboradores, e essa é a diferença entre o nosso belo país que é Portugal e os países desenvolvidos. Enquanto aqui em Portugal dentro de uma empresa temos o patrão e os empregados, num país desenvolvido temos um patrão e colaboradores, e eu explico a diferença que para muitos pode não ser tão perceptível.
Em Portugal, cada um só pensa no seu umbigo, não se importa se o patrão tem mais ou menos lucro, o que realmente interessa é que chegue ao fim do mês e o dinheiro apareça, mesmo que não se esforcem para isso, mas isto não é só, existe também a mentalidade egoísta agregada a este pensamento que faz com que as pessoas não queiram ver os outros acima de nós mesmos.
Quão estúpidos podemos ser a pensar desta maneira, queremos tanto crescer que não importa como, o que realmente nos interessa é o dinheiro, e perdemos mais de 700 horas por mês a pensar no que vamos fazer com o dinheiro que vamos receber pelo nosso trabalho e não paramos nem 5 minutos para pensar numa maneira mais lógica de ver a vida e aquilo que fazemos, por isso mesmo nem percebemos que se não nos esforçarmos naquilo que estamos a fazer o dito patrão não vai ter maiores lucros e com isso não vai ter dinheiro para nos dar em troca do que fazemos.
É tão fácil perceber isto que eu acabo por não compreender como é possível ainda haver pensamentos díspares deste, mas a verdade é que há e o maior exemplo disso é o estado financeiro do nosso país, muito por culpa dos empregados que tem e eu passo a explicar.
Imaginem Portugal como uma grande empresa com milhares de trabalhadores, tantos que é impossível alguém supervisionar todos eles, e portanto, como nós temos uma mentalidade infantil, já que não temos ninguém a ver aquilo que fazemos também não temos de nos preocupar se fazemos muito ou pouco o que realmente interessa é que no fim do mês se receba.
E a verdade é que até agora toda a gente tem recebido muitas vezes por fazer nenhum e isto só mostra a falta de civismo da nossa parte.
É tão fácil chegar ao fim do mês e receber pelo trabalho dos outros, o problema é que se a baixa produtividade não gera lucros para pagar a alta despesa com mão-de-obra temos um problema e isso é a situação em que nos encontramos, mas nem vale a pena comentar porque todos devem ter televisão (e TDT) para ver as notícias.
Quanto a mim, tenho apenas que dizer que tenho vergonha de pertencer a uma sociedade destas.
E tudo isto porque ontem se falou muito na venda dos estaleiros de Viana a grupos internacionais, (Chineses ou Russos).
Esta história aplica-se a estes trabalhadores que nunca pensaram bem nas consequências de não cumprir os prazos das encomendas.
Se tenho pena de ser vendido quer a chineses quer a russos, tenho, mas tenho mais pena da falta de inteligência do povo português.
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