18 novembro, 2011

Vidas parte4

Viro-me e deparo com uma linda mulher, uma mulher mais do que perfeita, era um sonho de mulher. Hesitei antes de responder mas por fim o meu coração falou mais alto do que o juízo.
Acenei com a cabeça para aquela linda mulher que não me era desconhecida.
-Posso sentar-me? (já sentando)
-Claro que sim.
-Não te tenho visto por aqui!
-De facto não tenho tido muitas oportunidades, a minha vida ultimamente anda a descarrilar.
-E isso é motivo para deixar de visitar o teu amigo rio?!
-Não é que não sinta saudades mas…
-Mas nada. Nunca percebi o porquê das pessoas deixarem de fazer aquilo que gostam por culpa de outros.
-Culpa de outros?
-Adiante. Tenho passado aqui para ver se te apanho mas não tenho tido sorte. Estive quase a desistir.
-Então porquê? Precisas de alguma coisa?
-Sim estou com alguns problemas mas não me apetece falar disso agora. Mostra lá o desenho que fizeste.
-Não está nada demais, tenho andado pouco inspirado – digo enquanto pego no meu caderno e lho entrego, sentindo cada vez mais calores.
Enquanto ela vai procurando pelo último desenho focada naquelas folhas eu vislumbro a sua beleza, tentando ser discreto mas sou interrompido pelo seu olhar acompanhado de mais algumas palavras.
-Não tens andado mesmo inspirado, não tem aqui nada novo desde o ultimo dia. Mas mesmo assim não perdeste o jeito, este está fenomenal - mostrando-me um que desenhara uns dias atrás e que representavam um olho com uma lágrima.
-Momentos maus - respondi-lhe.
-Estou a ver que sim – e continuou.
-Estão este da gaivota foi o que te deixou revoltado?!
-Não foi o desenho que me revoltou, mas sim a gaivota que estava a desenhar que não esperou pelo resultado, parece que até os animais me abandonam – afirmei eu e suspirei.
Dito isto ela olha-me nos olhos e eu perco a reacção, engulo em seco e baixo a cabeça.
-Não digas asneiras, bem sabes que não gosto de te ouvir dizer essas coisas.
-Asneiras?! Retorqui.
-Não são asneiras, é a realidade, ou já te esqueceste do que me fizeste?!
Ao ouvir isto ela congelou e por uns breves segundos não vi reacção nela.

by M.

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