21 novembro, 2011

Vidas parte7

Tento entrosar-me com o mundo profissional e preencher a minha cabeça com pensamentos úteis e necessários.
Depois de um grande esforço e de algumas tentativas falhadas com vista a iniciar definitivamente o trabalho por aquele dia, consigo alguma concentração para a realizar a minha vontade. O problema era começar, pois sabia que depois de entrar dentro de todo aquele esquema eu conseguiria abstrair-me de tudo o resto.
Não tardei a entrar no meu mundo, aquele que me fascina e pelo qual sempre lutei toda a minha vida.
A informática sempre foi aquilo que mais ambicionei e o sonho pelo qual percorri, era a única alternativa para a minha vida. Mas nem tudo foram mares de rosas, tive de ultrapassar muitos obstáculos até conseguir aquilo que sempre desejei, mas sempre me desembaracei de todos eles, no entanto este momentos que vivia era um dos mais difíceis, talvez pela sua actualidade mas não só.
A minha vida nos últimos dias tinha-se desmoronado e conciliar o grande vazio interior com aquilo que mais gosto de fazer era um grande desafio mas o qual estava disposto a ultrapassar pois o que mais queria acima de tudo era a minha felicidade profissional e conquistar o meu sonho.
A programação não é uma dificuldade, pelo menos para mim, mas isso não significa que eu posso estar ausente de pensamento enquanto a executo e aquilo que menos queria era deitar fora o trabalho de uma vida de esforço.
Enclausurado naquele mundo apenas meu, eu sentia que nada mais me afectava e aqueles problemas estavam atrás da cadeira em que me sentava.
Não tardou até ser interrompido para o almoço, aquelas horas da manhã tinham passado mais uma vez a voar e estava agora na hora de almoço e de deixar de novo o eu mundo e ser absorvido pelos problema da minha vida pessoal.
Ao contrário do que havia dito aquela bela mulher, eu não tinha nada planeado para o almoço e ninguém me aguardava para o almoço a não ser a solidão dos últimos dias que eu tinha a certeza que me iria procurar.
Preparo-me para sair e abandono aquela cadeira mágica que me transporta por mundos distantes. Na saída do edifício uma voz chama por mim, uma voz feminina mas não tão jovial nem terna como a que me abordara de manhã cedo, viro-me na sua direcção enquanto esta me diz.
-Senhor P. não saia já, pediram-me para o impedir de sair já, se não se importa aguarde aqui um momento que eu vou informar que já aqui está – pegando no telefone.
-Senhor ele já aqui está – disse ela para alguém do outro lado e seguidamente desliga o telefone dirigindo-se para mim.
-Só um momento a sua companhia para almoço já aí vem.
-Companhia para almoço?! Retorqui!

by M.

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