Enquanto ela terminava de preparar o jantar eu sentei-me na mesa da cozinha de mãos a segurar a cabeça. Aquela visão era tão familiar quanto a sua presença mas tudo na minha cabeça era agora um mar de confusão e eu sem saber o que pensar procurava as palavras certas para lhe contar da proposta que recebera.
Jantar na mesa e ambos sentados frente a frente lá me vou satisfazendo com aquele maravilhoso jantar, eu sempre gostei dos seus cozinhados, enquanto isso ela utilizava discursos cliché para meter conversa comigo, mas para mim era um dia de difícil comunicação e sem que ela ainda tivesse percebido eu estava focado num outro assunto.
Em tempos idos a sua companhia era o suficiente para me encher os olhos e tudo o resto, mas naquele dia nem isso me completava, não pela mudança de sentimento mas sim pela situação que havia mudado.
Respirando fundo resolvi que tinha mesmo de falar sobre aquilo que me ia na cabeça, eu não poderia esconder muito mais e assim, depois de um suspiro a minha voz uniu-se em uníssono e eu praguejei.
-Preciso mesmo de falar contigo.
-Sim, já me tinhas dito e eu já percebi que é importante, diz lá.
-Sim é de facto muito importante, mas independentemente de tudo e do quão bom isto pode ser para mim não deixa de ser difícil de me exprimir.
-Ui, ui, é mesmo sério.
-Não me interrompas por favor, o que se passa é que hoje tive um dia diferente começando pelo café contigo e depois lá no trabalho.
-Diferente? Comigo porquê?
-Sabes bem que já não tomamos café juntos á muito tempo e que desde a muito que não nos víamos.
-Sim, já algum tempo, mas isso não quer dizer que sejamos estranhos.
-Claro que não somos. Adiante.
-Então e no trabalho o que se passou?
-Bem isso é a parte difícil. Sabes que eu adoro o que faço e sabes que tenho objectivos de vida e que estou disposto a tudo para os atingir.
-Sim, e eu concordo com a tua ideologia, bem sabes. Mas não percebo o que isso tem assim de tão complicado.
-O complicado vem agora. Hoje na hora de almoço foi obrigado a almoçar com o patrão e ele propôs-me mudanças.
-Não me digas que a crise já chegou á empresa.
-Não, eu também pensei nisso inicialmente, mas a ideia dele era diferente.
-Epah desembucha.
-Eu vou ser directo. Ele quer que eu vá gerir um novo gabinete programação.
-Mas isso é óptimo, é o teu objectivo não é!
-Sim mas não estava a espera disso tão cedo.
-Melhor ainda, é sinal que eles te valorizam.
-Sim eu sei, mas o problema é que eu ainda não te contei tudo.
-Mais?!
-Sim, o grande problema desta proposta é a deslocação.
-Deslocação?! Para onde.
-Seul, Coreia
-Mas isso é do outro lado do mundo.
-Sim é. A Coreia está a evoluir muito na electrónica e a empresa achou que seria benéfico trabalhar perto deles, afinal de contas eles precisão de nós. Então fizeram uma parceria e vão abrir um novo gabinete lá.
-Sim compreendo. Mas …
-Eu ainda não tomei nenhuma decisão mas a proposta é tentadora, além do mais tenho pouco que me prenda cá.
-Então e eu?! Interrogou ela aumentando o tom e com um brilho diferente nos olhos.
-Tu…
-Nós ainda somos casados, não podes ir assim embora.
-Sim eu não me esqueço disso, muito menos tencionava ir sem te consultar, mas como sabes saíste de casa quase a três semanas e nunca mais falamos.
-Sim eu sei, mas precisava de tempo.
-Precisavas tu mas eu não, de passar pelo que passei.
-Desculpa mas só percebi que me fazias falta depois de te deixar, tenho andado a ganhar coragem para to dizer.
-Três semanas é muito tempo, não sabes o que passei.
-Pois não sei, mas eu também passei por muito e não quero continuar assim, por isso vim cá hoje.
-Vieste cá mas isso não resolve nada, muito menos nesta situação agora.
-Mas eu preciso de ti, não podes ir agora embora.
-Eu também preciso de ti tal como precisei de ti nestas ultimas semanas, mas todo este tempo fez-me pensar que devo seguir aquilo que sempre ambicionei.
-Então já tomaste a tua decisão!
-Não mas vou tomar e a Coreia parece-me bom para um novo começo.
-Está bem podes ir!
-Posso?! Assim?! Não me vais tentar fazer mudar de ideias?!
-Não, tenho só uma condição.
-Diz lá.
-Se vais eu também vou, e isto não é opcional!
FIM
by M.
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29 novembro, 2011
24 novembro, 2011
Vidas parte9
Nisto mais de uma hora havia passado e eu estava agora consumido pela ideia de poder abraçar um projecto que sempre sonhei e enquanto isso eu não pensava em nada mais.
Voltei de novo ao meu mundo esquecendo tudo o resto mas desta feita nem este me conseguia prender a atenção, aquela notícia era boa demais para me fazer esquecer nem que pelos breves momentos, no entanto o meu trabalho está acima de tudo e se aqui cheguei foi pelo facto de sempre me emprenhar e nem mesmo naquele momento eu tinha uma justificação plausível para não fazer aquilo que me compete e abstrai-me de todo aquele encanto e comecei aquilo que faço melhor.
A tarde passou e eu só regressei á realidade já a noite tinha caído e estava agora exausto mas como sempre feliz, afinal de contas não é todos os dias que se faz aquilo de que mais se gosta.
Preparei-me para abandonar a empresa e meter pés ao caminho, a minha casa era o meu destino mas o caminho que tinha de percorrer era ainda um desafio para a minha mente que iria sem duvida penetrar-se no assunto do dia.
Enquanto percorria o caminho de sempre, quase de olhos fechados, e eu tinha muito para avaliar, entre vantagens e desvantagens eu não poderia tomar uma decisão sem pensar em tudo isso.
Dizem muitas vezes que a melhor maneira de resolver os problemas é fugir de perto deles e se antes eu discordava com essa resolução dos problemas eu estava agora preparado para fazer o mesmo, depois do que se tinha tornado a minha vida eu estava disposto a deixar tudo para trás e correr atrás de um outro sonho.
Não tardei a chegar a casa, aproximo-me da porta e insiro a chave, rodo-a esperando um mundo igual ao de sempre, mas algo estava diferente, ao abrir calmamente aquela porta eu foi inundado por uma luz imensa e de repente pensei, bolas, esqueci-me de apagar as luzes, mas esse pensamento foi interrompido por uma visão diferente do normal, uns sapatos de mulher mesmo á porta algo que não é por habito meu ter e pensei para comigo, há aqui algo que não está bem, e nesse momento percebi tudo quando uma bela mulher aparece na porta da sala.
-O que estás aqui a fazer? Perguntei.
-Combinamos encontrarmo-nos aqui! Lembras-te?!
-Sim claro que sim, mas era só as oito e meia! – Tinha-me esquecido completamente disso mas nada justificava ela estar lá em casa.
-Sim combinamos mas eu pensei que podia fazer o jantar e como ainda tenho a chave cá de casa resolvi fazer-te uma surpresa.
-Humm, está bem, mas podias ter-me perguntado primeiro.
-Mas assim deixava de ser surpresa.
-Como queiras. Já fizeste o jantar? Estou cheio de fome e tenho uma coisa para te contar.
by M.
Voltei de novo ao meu mundo esquecendo tudo o resto mas desta feita nem este me conseguia prender a atenção, aquela notícia era boa demais para me fazer esquecer nem que pelos breves momentos, no entanto o meu trabalho está acima de tudo e se aqui cheguei foi pelo facto de sempre me emprenhar e nem mesmo naquele momento eu tinha uma justificação plausível para não fazer aquilo que me compete e abstrai-me de todo aquele encanto e comecei aquilo que faço melhor.
A tarde passou e eu só regressei á realidade já a noite tinha caído e estava agora exausto mas como sempre feliz, afinal de contas não é todos os dias que se faz aquilo de que mais se gosta.
Preparei-me para abandonar a empresa e meter pés ao caminho, a minha casa era o meu destino mas o caminho que tinha de percorrer era ainda um desafio para a minha mente que iria sem duvida penetrar-se no assunto do dia.
Enquanto percorria o caminho de sempre, quase de olhos fechados, e eu tinha muito para avaliar, entre vantagens e desvantagens eu não poderia tomar uma decisão sem pensar em tudo isso.
Dizem muitas vezes que a melhor maneira de resolver os problemas é fugir de perto deles e se antes eu discordava com essa resolução dos problemas eu estava agora preparado para fazer o mesmo, depois do que se tinha tornado a minha vida eu estava disposto a deixar tudo para trás e correr atrás de um outro sonho.
Não tardei a chegar a casa, aproximo-me da porta e insiro a chave, rodo-a esperando um mundo igual ao de sempre, mas algo estava diferente, ao abrir calmamente aquela porta eu foi inundado por uma luz imensa e de repente pensei, bolas, esqueci-me de apagar as luzes, mas esse pensamento foi interrompido por uma visão diferente do normal, uns sapatos de mulher mesmo á porta algo que não é por habito meu ter e pensei para comigo, há aqui algo que não está bem, e nesse momento percebi tudo quando uma bela mulher aparece na porta da sala.
-O que estás aqui a fazer? Perguntei.
-Combinamos encontrarmo-nos aqui! Lembras-te?!
-Sim claro que sim, mas era só as oito e meia! – Tinha-me esquecido completamente disso mas nada justificava ela estar lá em casa.
-Sim combinamos mas eu pensei que podia fazer o jantar e como ainda tenho a chave cá de casa resolvi fazer-te uma surpresa.
-Humm, está bem, mas podias ter-me perguntado primeiro.
-Mas assim deixava de ser surpresa.
-Como queiras. Já fizeste o jantar? Estou cheio de fome e tenho uma coisa para te contar.
by M.
22 novembro, 2011
Vidas parte8
-Sim, hoje tem companhia para almoço – disse ela do outro lado do balcão.
Sem qualquer alternativa de fuga, aceitei prontamente aquele cenário sem saber ainda quem seria a minha companhia. Momentos depois um grupo de indivíduos vem na minha direcção, mas aparentemente todos desconhecidos á excepção do patrão e este não tarda a direccionar o seu olhar na minha direcção acompanhado de algumas palavras.
- P. Vens connosco almoçar, temos uns assuntos importantes para tratar e preciso de uma opinião.
-Sem pestanejar aceitei – pensado bem, eu não tinha nada melhor para fazer naquelas horas mortas, se não acompanhar a minha solidão.
Obviamente eu sabia que seria uma reunião de negócios, pois a restante companhia apresentava-se de fato e gravata e a característica mala na mão, contudo eu não sabia o intuito de eu ser o chamado, pois em caso algo, eu fora chamado anteriormente. Com todas estas questões a viajar na minha cabeça eu começava a sentir-me curioso e aguardava por uma explicação plausível.
Deixamos a empresa e pouco depois estávamos já sentados nos dos melhores restaurantes da cidade e dei por mim a pensar que efectivamente aquela reunião tinha um objectivo e eu começava a sentir medo por esse mesmo.
A conversa começou sem muito formalismo mas a seu tempo começou a mudar de tema, tinha-mos nós já acabado de a refeição e agora já acompanhados por um whisky em cima da mesa a fazer jus á minha imaginação de reunião de negócios.
-P. eu sei que trabalhas connosco á relativamente pouco tempo, no então teremos de fazer alterações na tua carreira.
Dito isto, eu paralisei e foi como se alguma palavra tivesse fugido daquela frase pois não fazia sentido, eu sempre fora um colaborador importante e não previa isto, e nisto questionei-me se seria a possível que a mudança recente da minha vida que fizera com que o meu rendimento não fosse suficiente, no entanto mantive o sangue frio e questionei.
-Alterações? Como assim?
-Não me interpretes mal P., tu sabes que és um membro importante e sabes o valor que tens naquilo que fazemos.
-Sim eu sei, por isso é que me está a confundir, o que pretende afinal?
-Embora tu sejas uma peça importante aqui na empresa, nós vamos ter de abdicar de ti.
O meu mundo desmoronou-se e o sonho de uma vida, da minha vida, foi atrás.
-Calma P., isto não é um despedimento.
Aquelas palavras pouco ou nada amenizaram aquilo que sentia, mas ele continuou.
-Estas pessoas que estão aqui connosco fazem agora parte da empresa, são novos investidores para uma nova filial em que estamos a trabalhar, e precisamos de alguém como tu para liderar esse projecto.
Agora tudo fazia sentido na minha cabeça mas eu continuava sem pronunciar uma palavra pois eu sabia que toda aquela operação de charme não era uma simples deslocação de trabalho.
-Bom, não vale a pena estar com muitos rodeios, nós queremos que tu sejas o gestor de programação do novo projecto e vais ter a teu cargo alguns bons programadores, no entanto esta proposta tem um senão.
Todas as palavras ditas por ele me deixaram encantado e tornar-me gestor era o que ambicionava á muito, no entanto eu não esperava que fosse tão cedo, e começava a imaginar uma nova vida esquecendo a sua última palavra, no entanto ele fez questão de me chamar á realidade.
-O senão desta proposta é que a nova filial é na Coreia, mais propriamente Seul na Coreia do norte.
Fiquem sem palavras. Mas a proposta não me desagradava, no entanto esta é uma decisão que tenho de tomar comigo próprio. E foi o que sugeri.
-Preciso de pensar nisso, não posso aceitar assim.
-Claro que sim, estás a vontade, dá a tua resposta assim que te decidas.
-Assim o farei – respondi, começando já a orientar as minhas ideias, mas numa coisa eu teria de concordar, esta oportunidade não poderia ter vindo em melhor altura atendendo á minha recente mudança de vida.
by M.
Sem qualquer alternativa de fuga, aceitei prontamente aquele cenário sem saber ainda quem seria a minha companhia. Momentos depois um grupo de indivíduos vem na minha direcção, mas aparentemente todos desconhecidos á excepção do patrão e este não tarda a direccionar o seu olhar na minha direcção acompanhado de algumas palavras.
- P. Vens connosco almoçar, temos uns assuntos importantes para tratar e preciso de uma opinião.
-Sem pestanejar aceitei – pensado bem, eu não tinha nada melhor para fazer naquelas horas mortas, se não acompanhar a minha solidão.
Obviamente eu sabia que seria uma reunião de negócios, pois a restante companhia apresentava-se de fato e gravata e a característica mala na mão, contudo eu não sabia o intuito de eu ser o chamado, pois em caso algo, eu fora chamado anteriormente. Com todas estas questões a viajar na minha cabeça eu começava a sentir-me curioso e aguardava por uma explicação plausível.
Deixamos a empresa e pouco depois estávamos já sentados nos dos melhores restaurantes da cidade e dei por mim a pensar que efectivamente aquela reunião tinha um objectivo e eu começava a sentir medo por esse mesmo.
A conversa começou sem muito formalismo mas a seu tempo começou a mudar de tema, tinha-mos nós já acabado de a refeição e agora já acompanhados por um whisky em cima da mesa a fazer jus á minha imaginação de reunião de negócios.
-P. eu sei que trabalhas connosco á relativamente pouco tempo, no então teremos de fazer alterações na tua carreira.
Dito isto, eu paralisei e foi como se alguma palavra tivesse fugido daquela frase pois não fazia sentido, eu sempre fora um colaborador importante e não previa isto, e nisto questionei-me se seria a possível que a mudança recente da minha vida que fizera com que o meu rendimento não fosse suficiente, no entanto mantive o sangue frio e questionei.
-Alterações? Como assim?
-Não me interpretes mal P., tu sabes que és um membro importante e sabes o valor que tens naquilo que fazemos.
-Sim eu sei, por isso é que me está a confundir, o que pretende afinal?
-Embora tu sejas uma peça importante aqui na empresa, nós vamos ter de abdicar de ti.
O meu mundo desmoronou-se e o sonho de uma vida, da minha vida, foi atrás.
-Calma P., isto não é um despedimento.
Aquelas palavras pouco ou nada amenizaram aquilo que sentia, mas ele continuou.
-Estas pessoas que estão aqui connosco fazem agora parte da empresa, são novos investidores para uma nova filial em que estamos a trabalhar, e precisamos de alguém como tu para liderar esse projecto.
Agora tudo fazia sentido na minha cabeça mas eu continuava sem pronunciar uma palavra pois eu sabia que toda aquela operação de charme não era uma simples deslocação de trabalho.
-Bom, não vale a pena estar com muitos rodeios, nós queremos que tu sejas o gestor de programação do novo projecto e vais ter a teu cargo alguns bons programadores, no entanto esta proposta tem um senão.
Todas as palavras ditas por ele me deixaram encantado e tornar-me gestor era o que ambicionava á muito, no entanto eu não esperava que fosse tão cedo, e começava a imaginar uma nova vida esquecendo a sua última palavra, no entanto ele fez questão de me chamar á realidade.
-O senão desta proposta é que a nova filial é na Coreia, mais propriamente Seul na Coreia do norte.
Fiquem sem palavras. Mas a proposta não me desagradava, no entanto esta é uma decisão que tenho de tomar comigo próprio. E foi o que sugeri.
-Preciso de pensar nisso, não posso aceitar assim.
-Claro que sim, estás a vontade, dá a tua resposta assim que te decidas.
-Assim o farei – respondi, começando já a orientar as minhas ideias, mas numa coisa eu teria de concordar, esta oportunidade não poderia ter vindo em melhor altura atendendo á minha recente mudança de vida.
by M.
21 novembro, 2011
Vidas parte7
Tento entrosar-me com o mundo profissional e preencher a minha cabeça com pensamentos úteis e necessários.
Depois de um grande esforço e de algumas tentativas falhadas com vista a iniciar definitivamente o trabalho por aquele dia, consigo alguma concentração para a realizar a minha vontade. O problema era começar, pois sabia que depois de entrar dentro de todo aquele esquema eu conseguiria abstrair-me de tudo o resto.
Não tardei a entrar no meu mundo, aquele que me fascina e pelo qual sempre lutei toda a minha vida.
A informática sempre foi aquilo que mais ambicionei e o sonho pelo qual percorri, era a única alternativa para a minha vida. Mas nem tudo foram mares de rosas, tive de ultrapassar muitos obstáculos até conseguir aquilo que sempre desejei, mas sempre me desembaracei de todos eles, no entanto este momentos que vivia era um dos mais difíceis, talvez pela sua actualidade mas não só.
A minha vida nos últimos dias tinha-se desmoronado e conciliar o grande vazio interior com aquilo que mais gosto de fazer era um grande desafio mas o qual estava disposto a ultrapassar pois o que mais queria acima de tudo era a minha felicidade profissional e conquistar o meu sonho.
A programação não é uma dificuldade, pelo menos para mim, mas isso não significa que eu posso estar ausente de pensamento enquanto a executo e aquilo que menos queria era deitar fora o trabalho de uma vida de esforço.
Enclausurado naquele mundo apenas meu, eu sentia que nada mais me afectava e aqueles problemas estavam atrás da cadeira em que me sentava.
Não tardou até ser interrompido para o almoço, aquelas horas da manhã tinham passado mais uma vez a voar e estava agora na hora de almoço e de deixar de novo o eu mundo e ser absorvido pelos problema da minha vida pessoal.
Ao contrário do que havia dito aquela bela mulher, eu não tinha nada planeado para o almoço e ninguém me aguardava para o almoço a não ser a solidão dos últimos dias que eu tinha a certeza que me iria procurar.
Preparo-me para sair e abandono aquela cadeira mágica que me transporta por mundos distantes. Na saída do edifício uma voz chama por mim, uma voz feminina mas não tão jovial nem terna como a que me abordara de manhã cedo, viro-me na sua direcção enquanto esta me diz.
-Senhor P. não saia já, pediram-me para o impedir de sair já, se não se importa aguarde aqui um momento que eu vou informar que já aqui está – pegando no telefone.
-Senhor ele já aqui está – disse ela para alguém do outro lado e seguidamente desliga o telefone dirigindo-se para mim.
-Só um momento a sua companhia para almoço já aí vem.
-Companhia para almoço?! Retorqui!
by M.
Depois de um grande esforço e de algumas tentativas falhadas com vista a iniciar definitivamente o trabalho por aquele dia, consigo alguma concentração para a realizar a minha vontade. O problema era começar, pois sabia que depois de entrar dentro de todo aquele esquema eu conseguiria abstrair-me de tudo o resto.
Não tardei a entrar no meu mundo, aquele que me fascina e pelo qual sempre lutei toda a minha vida.
A informática sempre foi aquilo que mais ambicionei e o sonho pelo qual percorri, era a única alternativa para a minha vida. Mas nem tudo foram mares de rosas, tive de ultrapassar muitos obstáculos até conseguir aquilo que sempre desejei, mas sempre me desembaracei de todos eles, no entanto este momentos que vivia era um dos mais difíceis, talvez pela sua actualidade mas não só.
A minha vida nos últimos dias tinha-se desmoronado e conciliar o grande vazio interior com aquilo que mais gosto de fazer era um grande desafio mas o qual estava disposto a ultrapassar pois o que mais queria acima de tudo era a minha felicidade profissional e conquistar o meu sonho.
A programação não é uma dificuldade, pelo menos para mim, mas isso não significa que eu posso estar ausente de pensamento enquanto a executo e aquilo que menos queria era deitar fora o trabalho de uma vida de esforço.
Enclausurado naquele mundo apenas meu, eu sentia que nada mais me afectava e aqueles problemas estavam atrás da cadeira em que me sentava.
Não tardou até ser interrompido para o almoço, aquelas horas da manhã tinham passado mais uma vez a voar e estava agora na hora de almoço e de deixar de novo o eu mundo e ser absorvido pelos problema da minha vida pessoal.
Ao contrário do que havia dito aquela bela mulher, eu não tinha nada planeado para o almoço e ninguém me aguardava para o almoço a não ser a solidão dos últimos dias que eu tinha a certeza que me iria procurar.
Preparo-me para sair e abandono aquela cadeira mágica que me transporta por mundos distantes. Na saída do edifício uma voz chama por mim, uma voz feminina mas não tão jovial nem terna como a que me abordara de manhã cedo, viro-me na sua direcção enquanto esta me diz.
-Senhor P. não saia já, pediram-me para o impedir de sair já, se não se importa aguarde aqui um momento que eu vou informar que já aqui está – pegando no telefone.
-Senhor ele já aqui está – disse ela para alguém do outro lado e seguidamente desliga o telefone dirigindo-se para mim.
-Só um momento a sua companhia para almoço já aí vem.
-Companhia para almoço?! Retorqui!
by M.
20 novembro, 2011
Vidas parte6
Por momentos ignorei aquele ruído que se fazia ouvir estridentemente mas depois percebi que este procurava pela minha atenção, procurei o dito objecto por entre os papeis acumulados na minha secretária, enquanto que este não perdia um segundo para chamar a atenção de todos no escritório.
Sem sequer olhar para o monitor aceito a chamada com o receio de que esta seja terminada.
-Sim, bom dia.
-Bom dia? – Questionou uma voz feminina do outro lado.
-Com quem falo? – Perguntei.
-Acabamos de tomar café juntos, já não se diz bom dia.
- Não sabia que eras tu.
-Não me digas que já não tens o meu número.
-Tenho, claro que tenho – confirmando visualmente no monitor – mas como demorei a atender nem vi quem era para não perder tempo.
-Ah ok, estás desculpado!
-Desculpado?! Mas eu não pedi desculpa.
-Não sejas tão rigoroso. Olha estou a ligar-te porque te esqueceste do teu caderno comigo.
-Esqueci?
-Sim. Chama-se a isso, fugir a sete pés de uma mulher.
-Oh, nada disso, estava mesmo com pressa.
-Não faz mal.
-Então como fazemos?
-Fazemos? Como assim?
-Para me devolveres o caderno, faz-me falta.
-Ah sim, estava distraída. Olha podemos almo… - interrompo-a.
-Não posso já tenho coisas combinadas não dá.
Nesse momento fez-se luz na minha cabeça. Agora percebera o que se havia passado. Eu nunca me esqueço de nada que esteja á minha vista, pensei, portanto ela fez de propósito para que eu me esquecesse, sabe muito ela. O meu pensamento foi interrompido.
-Continuas aí?
-Sim, sim estou.
-Deixaste de responder, pensei que não o querias de volta.
-Sim quero, mas é que hoje estou muito ocupado, só saio do trabalho as oito da noite.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela, com um tom afirmativo, disse.
-Por mim está perfeito, posso lá em casa as oito e meia para to devolver.
Procuro uma desculpa para evitar tal contacto, mas não encontro fuga possível, tenho de concordar.
-Pronto pode ser.
-Então até logo.
-Até logo – e desliguei. Enquanto a última peça acabava de se encaixar no puzzle.
Ela fez mesmo de propósito, por isso se despediu com um até logo, no café.
Devolvo o telemóvel á secretária repleta de papéis e procuro uma ponta por onde começar, no entanto aquela chamada ainda não tinha terminado na minha cabeça.
by M.
Sem sequer olhar para o monitor aceito a chamada com o receio de que esta seja terminada.
-Sim, bom dia.
-Bom dia? – Questionou uma voz feminina do outro lado.
-Com quem falo? – Perguntei.
-Acabamos de tomar café juntos, já não se diz bom dia.
- Não sabia que eras tu.
-Não me digas que já não tens o meu número.
-Tenho, claro que tenho – confirmando visualmente no monitor – mas como demorei a atender nem vi quem era para não perder tempo.
-Ah ok, estás desculpado!
-Desculpado?! Mas eu não pedi desculpa.
-Não sejas tão rigoroso. Olha estou a ligar-te porque te esqueceste do teu caderno comigo.
-Esqueci?
-Sim. Chama-se a isso, fugir a sete pés de uma mulher.
-Oh, nada disso, estava mesmo com pressa.
-Não faz mal.
-Então como fazemos?
-Fazemos? Como assim?
-Para me devolveres o caderno, faz-me falta.
-Ah sim, estava distraída. Olha podemos almo… - interrompo-a.
-Não posso já tenho coisas combinadas não dá.
Nesse momento fez-se luz na minha cabeça. Agora percebera o que se havia passado. Eu nunca me esqueço de nada que esteja á minha vista, pensei, portanto ela fez de propósito para que eu me esquecesse, sabe muito ela. O meu pensamento foi interrompido.
-Continuas aí?
-Sim, sim estou.
-Deixaste de responder, pensei que não o querias de volta.
-Sim quero, mas é que hoje estou muito ocupado, só saio do trabalho as oito da noite.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela, com um tom afirmativo, disse.
-Por mim está perfeito, posso lá em casa as oito e meia para to devolver.
Procuro uma desculpa para evitar tal contacto, mas não encontro fuga possível, tenho de concordar.
-Pronto pode ser.
-Então até logo.
-Até logo – e desliguei. Enquanto a última peça acabava de se encaixar no puzzle.
Ela fez mesmo de propósito, por isso se despediu com um até logo, no café.
Devolvo o telemóvel á secretária repleta de papéis e procuro uma ponta por onde começar, no entanto aquela chamada ainda não tinha terminado na minha cabeça.
by M.
19 novembro, 2011
Vidas parte5
Durante aqueles breves segundos em que a sua voz não se fez ouvir a minha mente arrependia-se de tais palavras, no entanto mantive a minha palavra e por fim ela respondeu.
-Podemos não falar disso?! Temos de falar mas não agora. Preciso unicamente de me sentir bem, algo que não tem acontecido á algum tempo.
-Como queiras. Eu vim apenas aproveitar esta bela vista.
Entretanto o empregado chega-se perto com o meu pedido e aproveitando para satisfazer as vontades da minha companhia. Depois do seu pedido este ausenta-se por mais algum tempo.
Enquanto aguardava que ela me dissesse algo pensava em algo decente para quebrar aquele silêncio.
A sua voz fez-se ouvir.
-Então como tens vivido estes dias?
Respondi-lhe com a quase verdade.
-Como sempre, tenho andado muito ocupado com o trabalho, estamos a terminar um grande projecto e tenho andado sem tempo para mais nada.
-A minha questão era mais virada para a tua vida pessoal.
-Ah desculpa não tinha percebido – engolindo em seco, pois havia percebido logo a sua intenção mas satisfiz a sua vontade continuando com a quase verdade. Não há nada para contar, continuo uma vida normal.
-Humm, está bem então.
Percebi logo que ela não gostara da minha resposta mas neste momento ela não tem nada a ver com isso.
Felizmente somos interrompidos pelo empregado que se apressa a deixar-nos sozinhos de novo, mal ele imaginava que era exactamente o contrário que eu desejava.
Acabando de tomar o meu café e afasto a cadeira onde me sentara, justificando tal acto para com a minha companhia.
-Desculpa não posso ficar mais, como te disse antes, tenho andado com imenso trabalho lá no escritório, tenho de ir.
Olhando primeiramente para o relógio, responde com ar irónico.
-Sim vai lá, não te quero atrasar – e terminou com – até logo.
Questionando-me sobre tal resposta, educadamente respondo de igual modo.
-Até logo.
Viro costas e faço-me ao caminho com uma ligeira sensação que outrora este momento não se passava da mesma maneira.
Tomo novamente o meu caminho em direcção ao destino inicial e tento esquecer aquelas ultimas palavras aproveitando aquele sorridente sol que nascera hoje para me alegrar.
Chego por fim ao destino e apresso-me a organizar as minhas ideias para mais um dia de trabalho intenso com a certeza de que isso me iria fazer abstrair de todo o restante mundo.
E quando estava pronto para começar, sou interrompido pelo meu telemóvel .
by M.
-Podemos não falar disso?! Temos de falar mas não agora. Preciso unicamente de me sentir bem, algo que não tem acontecido á algum tempo.
-Como queiras. Eu vim apenas aproveitar esta bela vista.
Entretanto o empregado chega-se perto com o meu pedido e aproveitando para satisfazer as vontades da minha companhia. Depois do seu pedido este ausenta-se por mais algum tempo.
Enquanto aguardava que ela me dissesse algo pensava em algo decente para quebrar aquele silêncio.
A sua voz fez-se ouvir.
-Então como tens vivido estes dias?
Respondi-lhe com a quase verdade.
-Como sempre, tenho andado muito ocupado com o trabalho, estamos a terminar um grande projecto e tenho andado sem tempo para mais nada.
-A minha questão era mais virada para a tua vida pessoal.
-Ah desculpa não tinha percebido – engolindo em seco, pois havia percebido logo a sua intenção mas satisfiz a sua vontade continuando com a quase verdade. Não há nada para contar, continuo uma vida normal.
-Humm, está bem então.
Percebi logo que ela não gostara da minha resposta mas neste momento ela não tem nada a ver com isso.
Felizmente somos interrompidos pelo empregado que se apressa a deixar-nos sozinhos de novo, mal ele imaginava que era exactamente o contrário que eu desejava.
Acabando de tomar o meu café e afasto a cadeira onde me sentara, justificando tal acto para com a minha companhia.
-Desculpa não posso ficar mais, como te disse antes, tenho andado com imenso trabalho lá no escritório, tenho de ir.
Olhando primeiramente para o relógio, responde com ar irónico.
-Sim vai lá, não te quero atrasar – e terminou com – até logo.
Questionando-me sobre tal resposta, educadamente respondo de igual modo.
-Até logo.
Viro costas e faço-me ao caminho com uma ligeira sensação que outrora este momento não se passava da mesma maneira.
Tomo novamente o meu caminho em direcção ao destino inicial e tento esquecer aquelas ultimas palavras aproveitando aquele sorridente sol que nascera hoje para me alegrar.
Chego por fim ao destino e apresso-me a organizar as minhas ideias para mais um dia de trabalho intenso com a certeza de que isso me iria fazer abstrair de todo o restante mundo.
E quando estava pronto para começar, sou interrompido pelo meu telemóvel .
by M.
18 novembro, 2011
Vidas parte4
Viro-me e deparo com uma linda mulher, uma mulher mais do que perfeita, era um sonho de mulher. Hesitei antes de responder mas por fim o meu coração falou mais alto do que o juízo.
Acenei com a cabeça para aquela linda mulher que não me era desconhecida.
-Posso sentar-me? (já sentando)
-Claro que sim.
-Não te tenho visto por aqui!
-De facto não tenho tido muitas oportunidades, a minha vida ultimamente anda a descarrilar.
-E isso é motivo para deixar de visitar o teu amigo rio?!
-Não é que não sinta saudades mas…
-Mas nada. Nunca percebi o porquê das pessoas deixarem de fazer aquilo que gostam por culpa de outros.
-Culpa de outros?
-Adiante. Tenho passado aqui para ver se te apanho mas não tenho tido sorte. Estive quase a desistir.
-Então porquê? Precisas de alguma coisa?
-Sim estou com alguns problemas mas não me apetece falar disso agora. Mostra lá o desenho que fizeste.
-Não está nada demais, tenho andado pouco inspirado – digo enquanto pego no meu caderno e lho entrego, sentindo cada vez mais calores.
Enquanto ela vai procurando pelo último desenho focada naquelas folhas eu vislumbro a sua beleza, tentando ser discreto mas sou interrompido pelo seu olhar acompanhado de mais algumas palavras.
-Não tens andado mesmo inspirado, não tem aqui nada novo desde o ultimo dia. Mas mesmo assim não perdeste o jeito, este está fenomenal - mostrando-me um que desenhara uns dias atrás e que representavam um olho com uma lágrima.
-Momentos maus - respondi-lhe.
-Estou a ver que sim – e continuou.
-Estão este da gaivota foi o que te deixou revoltado?!
-Não foi o desenho que me revoltou, mas sim a gaivota que estava a desenhar que não esperou pelo resultado, parece que até os animais me abandonam – afirmei eu e suspirei.
Dito isto ela olha-me nos olhos e eu perco a reacção, engulo em seco e baixo a cabeça.
-Não digas asneiras, bem sabes que não gosto de te ouvir dizer essas coisas.
-Asneiras?! Retorqui.
-Não são asneiras, é a realidade, ou já te esqueceste do que me fizeste?!
Ao ouvir isto ela congelou e por uns breves segundos não vi reacção nela.
by M.
Acenei com a cabeça para aquela linda mulher que não me era desconhecida.
-Posso sentar-me? (já sentando)
-Claro que sim.
-Não te tenho visto por aqui!
-De facto não tenho tido muitas oportunidades, a minha vida ultimamente anda a descarrilar.
-E isso é motivo para deixar de visitar o teu amigo rio?!
-Não é que não sinta saudades mas…
-Mas nada. Nunca percebi o porquê das pessoas deixarem de fazer aquilo que gostam por culpa de outros.
-Culpa de outros?
-Adiante. Tenho passado aqui para ver se te apanho mas não tenho tido sorte. Estive quase a desistir.
-Então porquê? Precisas de alguma coisa?
-Sim estou com alguns problemas mas não me apetece falar disso agora. Mostra lá o desenho que fizeste.
-Não está nada demais, tenho andado pouco inspirado – digo enquanto pego no meu caderno e lho entrego, sentindo cada vez mais calores.
Enquanto ela vai procurando pelo último desenho focada naquelas folhas eu vislumbro a sua beleza, tentando ser discreto mas sou interrompido pelo seu olhar acompanhado de mais algumas palavras.
-Não tens andado mesmo inspirado, não tem aqui nada novo desde o ultimo dia. Mas mesmo assim não perdeste o jeito, este está fenomenal - mostrando-me um que desenhara uns dias atrás e que representavam um olho com uma lágrima.
-Momentos maus - respondi-lhe.
-Estou a ver que sim – e continuou.
-Estão este da gaivota foi o que te deixou revoltado?!
-Não foi o desenho que me revoltou, mas sim a gaivota que estava a desenhar que não esperou pelo resultado, parece que até os animais me abandonam – afirmei eu e suspirei.
Dito isto ela olha-me nos olhos e eu perco a reacção, engulo em seco e baixo a cabeça.
-Não digas asneiras, bem sabes que não gosto de te ouvir dizer essas coisas.
-Asneiras?! Retorqui.
-Não são asneiras, é a realidade, ou já te esqueceste do que me fizeste?!
Ao ouvir isto ela congelou e por uns breves segundos não vi reacção nela.
by M.
17 novembro, 2011
Vidas parte3
Apesar do lento despertar ainda tenho horas para o trabalho e assim sendo aproveito uns breves minutos para um café junto ao rio, nada melhor que aproveitar este sol que por estes lados tem sido escasso.
O café do costume fica no caminho e o rio quase que nos lava os pés de tão perto que chega. Sempre gostei deste espaço e mesmo que a minha vida tenha mudado eu continuo a frequentá-lo embora não tanto como anteriormente.
Para mudar a rotina acabo por me sentir na mesa do canto, e em ouço tempo acabo por me perder por memórias de bons tempos.
Os meus pensamentos são interrompidos pelo funcionário de sempre, peço-lhe um café como é costume, e este afasta-se.
Vislumbrando daquela paisagem quase consigo sentir a brisa do rio mesmo tendo um gigantesco vidro a separar-me dele.
Enquanto aguardo pelo meu pedido os meus pensamentos correm pela minha mente, e enquanto tento esquecer todos estes pensamentos em prol da minha sanidade mental, procuro então uma distracção, nisto lembro-me que dentro da minha bolsa existe ainda um caderno no qual existem páginas aguardando por alguma tinta.
Alcanço a minha bolsa que estava na cadeira oposta a mim e de lá retiro o dito caderno e algo que me permita exprimir aquilo que sinto.
Olhando uma página vazia questiono-me o que esta gostaria de mostrar, nada mais me vem á cabeça se não aquele sol sobre o rio naquela manha de Outono. Não me parece que esta folha tenha vontade de algum dia mostrar a alguém um rio, pensei, enquanto isto uma gaivota pousa perto de mim quase que implorando-me que a desenha-se.
Aceito o desafio e começo com os rabiscos sabendo que terei um míseros momentos para registar tal animal. Nunca vi animal menos paciente que as gaivotas.
Por entre linhas rectas e curvas perco-me no desenho e quando termino percebo que a gaivota já lá não estava.
Revoltado, sai-me em voz alta, podias ao menos ter esperado para ver quão bonita és, e fecho o livro. Enquanto isso uma voz feminina por trás de mim questiona.
-E eu posso ver?
by M.
O café do costume fica no caminho e o rio quase que nos lava os pés de tão perto que chega. Sempre gostei deste espaço e mesmo que a minha vida tenha mudado eu continuo a frequentá-lo embora não tanto como anteriormente.
Para mudar a rotina acabo por me sentir na mesa do canto, e em ouço tempo acabo por me perder por memórias de bons tempos.
Os meus pensamentos são interrompidos pelo funcionário de sempre, peço-lhe um café como é costume, e este afasta-se.
Vislumbrando daquela paisagem quase consigo sentir a brisa do rio mesmo tendo um gigantesco vidro a separar-me dele.
Enquanto aguardo pelo meu pedido os meus pensamentos correm pela minha mente, e enquanto tento esquecer todos estes pensamentos em prol da minha sanidade mental, procuro então uma distracção, nisto lembro-me que dentro da minha bolsa existe ainda um caderno no qual existem páginas aguardando por alguma tinta.
Alcanço a minha bolsa que estava na cadeira oposta a mim e de lá retiro o dito caderno e algo que me permita exprimir aquilo que sinto.
Olhando uma página vazia questiono-me o que esta gostaria de mostrar, nada mais me vem á cabeça se não aquele sol sobre o rio naquela manha de Outono. Não me parece que esta folha tenha vontade de algum dia mostrar a alguém um rio, pensei, enquanto isto uma gaivota pousa perto de mim quase que implorando-me que a desenha-se.
Aceito o desafio e começo com os rabiscos sabendo que terei um míseros momentos para registar tal animal. Nunca vi animal menos paciente que as gaivotas.
Por entre linhas rectas e curvas perco-me no desenho e quando termino percebo que a gaivota já lá não estava.
Revoltado, sai-me em voz alta, podias ao menos ter esperado para ver quão bonita és, e fecho o livro. Enquanto isso uma voz feminina por trás de mim questiona.
-E eu posso ver?
by M.
16 novembro, 2011
Vidas parte2
Acordo, já o despertador contava sete minutos depois da hora habitual. Penso para comigo, mais um dia igual aos últimos, e apresso-me a levantar.
Ainda por os meus ante abertos olhos sento-me e tento encontrar algum bom motivo para me alegrar. Sentado na beira da cama olhando para toda aquela roupa desarrumada e tentado vislumbrar algo diferente para vestir, perco-me no infinito dos meus pensamentos mais uma vez, mas por sorte, o despertador volta a tocar. Não posso perder mais tempo. Saiu-me em voz alta, e fez-me acreditar que todo aquele vazio me estava a deixar maluco. Ignoro tudo isto e foco-me naquilo que tenho de vestir.
Humm… umas calças de ganga… done… camisola? Será que está frio? Questiono-me. Vou até á janela que permanece ainda fechada como se um cofre para o mundo se tratasse. Abro-a lentamente com medo do que me espera mas na primeira oportunidade um raio de sol entra pelo quarto e mais do que iluminar toda a escuridão daquele espaço, trouxe uma luz diferente para mim mesmo. Aquele sol radiante apagou todas as tristezas que tinha dentro de mim.
Mas que belo dia! Pensei… apressando-me a procurar a camisola mais colorida e deslumbrante daquele enfadonho monte de roupa.
Enquanto lavo os dentes para a olhar-me no espelho. A barba de três dias denuncia o meu estado de espírito dos últimos dias, mas ainda não é hoje, pensei sem hesitar. Desço as escadas e no caminho para a saída apanho uma maça do balcão da cozinha.
Já na porta dou por mim ainda de chinelos. Ups… não é este o meu calçado. Por sorte as botas de ontem estão ainda á porta, mas ao alcança-las vejo que continua como as deixei ontem. Vou ter mesmo de voltar a trás.
No caminho até á despensa relembro que se eu não fizer aquilo que é preciso, ninguém vai fazer por mim, foram tempos…
Finalmente pronto para sair do meu casulo, encho os pulmões e abro a porta da rua, preparado para um novo desafio, preparado para enfrentar o mundo.
Hoje vai ser diferente, repito para comigo enquanto percorro o meu caminho.
by M.
Ainda por os meus ante abertos olhos sento-me e tento encontrar algum bom motivo para me alegrar. Sentado na beira da cama olhando para toda aquela roupa desarrumada e tentado vislumbrar algo diferente para vestir, perco-me no infinito dos meus pensamentos mais uma vez, mas por sorte, o despertador volta a tocar. Não posso perder mais tempo. Saiu-me em voz alta, e fez-me acreditar que todo aquele vazio me estava a deixar maluco. Ignoro tudo isto e foco-me naquilo que tenho de vestir.
Humm… umas calças de ganga… done… camisola? Será que está frio? Questiono-me. Vou até á janela que permanece ainda fechada como se um cofre para o mundo se tratasse. Abro-a lentamente com medo do que me espera mas na primeira oportunidade um raio de sol entra pelo quarto e mais do que iluminar toda a escuridão daquele espaço, trouxe uma luz diferente para mim mesmo. Aquele sol radiante apagou todas as tristezas que tinha dentro de mim.
Mas que belo dia! Pensei… apressando-me a procurar a camisola mais colorida e deslumbrante daquele enfadonho monte de roupa.
Enquanto lavo os dentes para a olhar-me no espelho. A barba de três dias denuncia o meu estado de espírito dos últimos dias, mas ainda não é hoje, pensei sem hesitar. Desço as escadas e no caminho para a saída apanho uma maça do balcão da cozinha.
Já na porta dou por mim ainda de chinelos. Ups… não é este o meu calçado. Por sorte as botas de ontem estão ainda á porta, mas ao alcança-las vejo que continua como as deixei ontem. Vou ter mesmo de voltar a trás.
No caminho até á despensa relembro que se eu não fizer aquilo que é preciso, ninguém vai fazer por mim, foram tempos…
Finalmente pronto para sair do meu casulo, encho os pulmões e abro a porta da rua, preparado para um novo desafio, preparado para enfrentar o mundo.
Hoje vai ser diferente, repito para comigo enquanto percorro o meu caminho.
by M.
15 novembro, 2011
Vidas parte1
- Tenho os pés encharcados.
-Mas que dia! Mas finalmente em casa.
Insiro a chave na fechadura, rodando-a n sentido dos ponteiros do relógio, por fim esta abre-se. Finalmente em casa, penso eu.
Entro vagarosamente, retiro os meus pés encharcados das supostas impermeáveis botas, retiro também as meias e calço de imediato os chinelos que adoro. Apresso-me a retirar as roupas molhadas que se colam ao meu corpo e coloco o meu corpo debaixo da água quente.
Depois de um demorado banho vou lentamente para o quarto e visto algo quente e confortável, entretanto deito-me na cama como se ela me magnetiza-se para ela, com todo aquele cansaço acabo por cair demais, adormeço e logo a minha mente desaparece por entre todas as minhas vontades e aqueles minutos prolongaram-se por muitos mais. Enquanto a minha mente viajava a uma velocidade impossível para a minha vontade todo o meu corpo descansava daquele moroso dia. Momentos depois acabo por despertar e toda aquela fantasia volta a desaparecer e os meus músculos que outrora tinham aquecido estão agora gelados pelo frio que se apoderara da minha casa. Termino aquilo que começara tempos antes e por fim começo a aquecer. Agora sim estou confortável, mas de que me serve todo este conforto? Questiono-me.
Desloco-me até á cozinha, preparo algo para o jantar, algo rápido visto que o meu corpo implora-me por retorno ao descanso. Cedo á tentação e enquanto me alimento sento-me no sofá e apresso-me a ligar a televisão, faço um rápido zapping e perco a paciência, acabo num filme meu lamechas e onde tudo é mais do que perfeito. Só nos filmes!
Acabo por adormecer minutos depois num sono cansado, acordo horas depois e quando já a cama esperava por mim, levanto-me sonambulamente e vou ao seu encontro. A cama gelada aguardava por mim, coloco-me dentro dela, e enquanto me tentava aquecer penso. Também tu só me queres aqui por um motivo, até a minha própria cama me usa, já não bastava a minha mulher. Ups… Ex-mulher, Acabo por adormecer esperando que o dia de amanha seja diferente.
by M.
-Mas que dia! Mas finalmente em casa.
Insiro a chave na fechadura, rodando-a n sentido dos ponteiros do relógio, por fim esta abre-se. Finalmente em casa, penso eu.
Entro vagarosamente, retiro os meus pés encharcados das supostas impermeáveis botas, retiro também as meias e calço de imediato os chinelos que adoro. Apresso-me a retirar as roupas molhadas que se colam ao meu corpo e coloco o meu corpo debaixo da água quente.
Depois de um demorado banho vou lentamente para o quarto e visto algo quente e confortável, entretanto deito-me na cama como se ela me magnetiza-se para ela, com todo aquele cansaço acabo por cair demais, adormeço e logo a minha mente desaparece por entre todas as minhas vontades e aqueles minutos prolongaram-se por muitos mais. Enquanto a minha mente viajava a uma velocidade impossível para a minha vontade todo o meu corpo descansava daquele moroso dia. Momentos depois acabo por despertar e toda aquela fantasia volta a desaparecer e os meus músculos que outrora tinham aquecido estão agora gelados pelo frio que se apoderara da minha casa. Termino aquilo que começara tempos antes e por fim começo a aquecer. Agora sim estou confortável, mas de que me serve todo este conforto? Questiono-me.
Desloco-me até á cozinha, preparo algo para o jantar, algo rápido visto que o meu corpo implora-me por retorno ao descanso. Cedo á tentação e enquanto me alimento sento-me no sofá e apresso-me a ligar a televisão, faço um rápido zapping e perco a paciência, acabo num filme meu lamechas e onde tudo é mais do que perfeito. Só nos filmes!
Acabo por adormecer minutos depois num sono cansado, acordo horas depois e quando já a cama esperava por mim, levanto-me sonambulamente e vou ao seu encontro. A cama gelada aguardava por mim, coloco-me dentro dela, e enquanto me tentava aquecer penso. Também tu só me queres aqui por um motivo, até a minha própria cama me usa, já não bastava a minha mulher. Ups… Ex-mulher, Acabo por adormecer esperando que o dia de amanha seja diferente.
by M.
06 julho, 2011
Hoje estou só!
Queria muito que fosse um dia diferente, queria que esta noite fosse uma daquelas em que o silêncio da minha solidão fosse invadido pela tua chegada, queria que esse silêncio fosse quebrado em prol de um prazer que á muito aguardo.
Mesmo sabendo as minhas condições, e ainda mais aquilo que ainda falta realizar, eu peço-te que venhas, esquece tudo o resto e vem até mim.
Aguardarei a tua chegada, mas surpreende-me, não toques á porta, não tragas o teu calçado barulhento, vem sorrateiramente enquanto eu na minha cama aguardarei por ti.
Estou cansado destes dias monótonos, á espera de algo diferente, espero impacientemente que um dia seja feito um milagre.
Estou incapaz de continuar a viver sem ti, sinto-me fraco para continuar a resistir a todo este mundo, preciso de ti, preciso que hoje venhas e que faças aquilo que á tanto tempo desejo.
Sabes onde estou, sabes que aqui estarei a tua espera, sabes que não adianta adiar mais a tão inevitável conclusão a este nosso caso, sabes que não me poderás resistir muito mais tempo.
Há muito tempo que aguardo por isto mas umas vezes mais paciente que outras, no entanto está na hora, esta é a noite em que tudo mudará, é a noite em que eu adormecerei junto a ti para que este sonho que tanto desejo se torne realidade.
Hoje estou sozinho e vou esperar por ti, vou adormecer a creditar que amanha não acordarei, hoje vou adormecer para acabar com esta minha vida impossível de aguentar, por favor, vem hoje, quero morrer.
Mesmo sabendo as minhas condições, e ainda mais aquilo que ainda falta realizar, eu peço-te que venhas, esquece tudo o resto e vem até mim.
Aguardarei a tua chegada, mas surpreende-me, não toques á porta, não tragas o teu calçado barulhento, vem sorrateiramente enquanto eu na minha cama aguardarei por ti.
Estou cansado destes dias monótonos, á espera de algo diferente, espero impacientemente que um dia seja feito um milagre.
Estou incapaz de continuar a viver sem ti, sinto-me fraco para continuar a resistir a todo este mundo, preciso de ti, preciso que hoje venhas e que faças aquilo que á tanto tempo desejo.
Sabes onde estou, sabes que aqui estarei a tua espera, sabes que não adianta adiar mais a tão inevitável conclusão a este nosso caso, sabes que não me poderás resistir muito mais tempo.
Há muito tempo que aguardo por isto mas umas vezes mais paciente que outras, no entanto está na hora, esta é a noite em que tudo mudará, é a noite em que eu adormecerei junto a ti para que este sonho que tanto desejo se torne realidade.
Hoje estou sozinho e vou esperar por ti, vou adormecer a creditar que amanha não acordarei, hoje vou adormecer para acabar com esta minha vida impossível de aguentar, por favor, vem hoje, quero morrer.
26 março, 2011
Realidades
Olho na direcção do céu, a sua cor azul contrasta com o cinzento desta cidade, a cor que eu sabia que era predominante mas que nunca havia acreditado que esta seria mais um dos meus grandes desafios.
O pouco azul que se pode vislumbrar escapa por entre aqueles enormes edifícios que me rodeiam, estes são assinatura do progresso, do desenvolvimento mas também de um sonho, o sonho que estou agora a viver.
Nesta cidade onde toda a gente se desconhece, onde as rotinas que se cruzam não deixam marcas, onde cada dia é um dia diferente, eu vejo-me como apenas mais uma gota no oceano, mas mesmo assim sempre seguro quanto aquilo que me fez chegar a esta realidade.
Anos antes, eu havia parado para pensar, eu tive a difícil tarefa de decidir entre uma vida pacata e socialmente normal e uma vida longe de tudo cumprindo um sonho, a decisão de fácil pouco teve mas a segunda opção foi a escolhida e a partida para esta cidade era como a ida para o paraíso, o paraíso que em pouco tempo deixou de ou ser, não que viva no inferno mas muito foi preciso suportar para superar esta mudança.
Com o passar do tempo eu foi-me habituando a esta vida, a estas caras, a esta língua, mas contínuo com a escolha que fizera na cabeça, será que estaria melhor se assim não tivesse optado? É impossível responder a tal pergunta mas a certeza tenho de que se a escolha fosse outra estaria questionando a minha opção da mesma maneira.
Depois de tantos anos a viver a vida que sempre desejei, recordo agora os momentos antecedentes á partida, aqueles em que me questionei sobre tudo e mais algo, o momento em que tive medo de deixar tudo para trás, o momento em que me fez ter a certeza que iria ter saudades de tudo aquilo, e bem verdade foi, pois não poderia estar mais certo, tudo aquilo que deixei naquela terra me trás saudades, tudo aquilo que era a minha vida são agora apenas recordações, mas recordações que nunca esquecerei.
Esta cidade que escolhi é muito mais do que aquilo que esperava, por mais que a idealiza-se era impossível prever tal realidade, imaginar como seria esta realidade, mas ainda bem que assim sucedeu pois caso contrário não teria sido uma opção.
Poucas das minhas ideias eram reais, mas com mais ou menos persistência acabei por ficar, acabei por me enraizar, acabei por fazer desta a minha casa, e agora que olho para trás não consigo imaginar a minha vida num outro local.
De tudo aquilo por que passei, a que mais me orgulha foi ter tomado tal decisão, contra tudo e contra todos, mesmo até contra mim, que por medo também desejava não o fazer, porém o sonho que queria cumprir era mais forte do que tudo aquilo que me fazia ficar e assim vim cá parar, muito anos depois não me arrependo, e ainda com sonhos desejo que daqui por outros tantos o sentimento seja o mesmo relativamente aos sonhos de hoje.
by M.
O pouco azul que se pode vislumbrar escapa por entre aqueles enormes edifícios que me rodeiam, estes são assinatura do progresso, do desenvolvimento mas também de um sonho, o sonho que estou agora a viver.
Nesta cidade onde toda a gente se desconhece, onde as rotinas que se cruzam não deixam marcas, onde cada dia é um dia diferente, eu vejo-me como apenas mais uma gota no oceano, mas mesmo assim sempre seguro quanto aquilo que me fez chegar a esta realidade.
Anos antes, eu havia parado para pensar, eu tive a difícil tarefa de decidir entre uma vida pacata e socialmente normal e uma vida longe de tudo cumprindo um sonho, a decisão de fácil pouco teve mas a segunda opção foi a escolhida e a partida para esta cidade era como a ida para o paraíso, o paraíso que em pouco tempo deixou de ou ser, não que viva no inferno mas muito foi preciso suportar para superar esta mudança.
Com o passar do tempo eu foi-me habituando a esta vida, a estas caras, a esta língua, mas contínuo com a escolha que fizera na cabeça, será que estaria melhor se assim não tivesse optado? É impossível responder a tal pergunta mas a certeza tenho de que se a escolha fosse outra estaria questionando a minha opção da mesma maneira.
Depois de tantos anos a viver a vida que sempre desejei, recordo agora os momentos antecedentes á partida, aqueles em que me questionei sobre tudo e mais algo, o momento em que tive medo de deixar tudo para trás, o momento em que me fez ter a certeza que iria ter saudades de tudo aquilo, e bem verdade foi, pois não poderia estar mais certo, tudo aquilo que deixei naquela terra me trás saudades, tudo aquilo que era a minha vida são agora apenas recordações, mas recordações que nunca esquecerei.
Esta cidade que escolhi é muito mais do que aquilo que esperava, por mais que a idealiza-se era impossível prever tal realidade, imaginar como seria esta realidade, mas ainda bem que assim sucedeu pois caso contrário não teria sido uma opção.
Poucas das minhas ideias eram reais, mas com mais ou menos persistência acabei por ficar, acabei por me enraizar, acabei por fazer desta a minha casa, e agora que olho para trás não consigo imaginar a minha vida num outro local.
De tudo aquilo por que passei, a que mais me orgulha foi ter tomado tal decisão, contra tudo e contra todos, mesmo até contra mim, que por medo também desejava não o fazer, porém o sonho que queria cumprir era mais forte do que tudo aquilo que me fazia ficar e assim vim cá parar, muito anos depois não me arrependo, e ainda com sonhos desejo que daqui por outros tantos o sentimento seja o mesmo relativamente aos sonhos de hoje.
by M.
22 fevereiro, 2011
Prioridades
Ele estava a trabalhar quando o telefone toca, como é seu hábito não lhe dá grande importância, segue-se pela ideologia de que assuntos importantes resolvem-se pessoalmente. No entanto ele desconhecia o que se estava já a passar .
Após alguns minutos de esquecimento de tal aparelho, o mesmo volta a mostrar que os seus circuitos estão a trabalhar em pleno fazendo jus á função para o qual foi concebido. Mais uma vez ele ignora, compenetrado naquilo que estava a fazer não lhe deu atenção, nem muito menos reagiu á anormalidade que é aquele som em intervalos tão curtos de tempo.
Continuou realizando aquilo que bem sabe, ignorando tudo aquilo que o rodeia, mostrando mais uma vez aquilo que o distingue de todos os outros. É ele um bom profissional e aquilo que faz é tem resultados mais do que positivos, contudo no que á sua humanidade diz respeito é uma pessoa muito pouco envolvida no mundo. Há ainda quem se questione, passado tantos anos, como se casou ou mesmo como manteve o seu casamento, uns em jeito de brincadeira, outros mais empenhados, mas todos faziam apostas de como era tal coisa possível.
O tempo passou e nunca mais talo dispositivo deu sinal de vida, vida ou actividade electrónica, até algumas horas mais tarde, mais concretamente cinco horas, estava já o seu dia no término quando um ruído nada habitual suou naquele escritório, um ruído que ele desconhecia, era o seu toque de mensagem, que apesar de fazer parte do seu telemóvel há já quatro anos, não fazia parte do seu mundo. Aquele ruído chamou-o a atenção, e desta vez, não conseguiu ignorá-lo, pela estranheza do toque? Talvez, ou então por pressentimento, quem sabe. A verdade é que não tardou a pegar no dito objecto. Entre algumas hesitações e o desconhecimento das várias funcionalidades da peça, lá conseguiu encontrar a caixa de mensagens, e suspirou um: -Até que enfim, não percebo nada desta coisa.
Mensagens Recebidas era cinco e nunca antes ouvira aquele ruído, o que o fez questionar como era possível, no entanto procurou aquela que o fizera desligar daquilo que fazia.
No remetente dizia, "Amor",(questiono-me se conhece tal palavra). Achou estranho, ela nunca havia mandado uma mensagem, abriu-a e a primeira frase paralisou-o, todo ele tremia e ele começava a questionar-se como era possível tal coisa acontecer. Ele já sabia, e mesmo assim foi indiferente. Era realmente verdade o que diziam dele, -Quando está a trabalhar é não vê mais nada á sua frente.
Deixou o telemóvel e recostou-se na cadeira de pele, aquela que lhe dava o poder. Olhou para o tecto e pensou. Como é possível, sou mesmo estúpido.
Voltou a procurar o telemóvel na sua secretária repleta de papeis tão importantes que agora não tinha interesse nenhum, voltou a ler sem ainda perceber como era possível. A mensagem dizia.
"Já nasceu, é uma menina como tanto querias. Tentei avisar-te mas não atendeste, queria mesmo que aqui estivesses, sabes como era importante para mim. Nunca pensei. Mas isto só confirma o que todos dizem. Para mim chega, esta foi a gota de água. Acabou. Já que não quiseste ver a tua filha nascer, vais vê-la apenas de duas em duas semanas. Quero o divorcio.".
by M.
Após alguns minutos de esquecimento de tal aparelho, o mesmo volta a mostrar que os seus circuitos estão a trabalhar em pleno fazendo jus á função para o qual foi concebido. Mais uma vez ele ignora, compenetrado naquilo que estava a fazer não lhe deu atenção, nem muito menos reagiu á anormalidade que é aquele som em intervalos tão curtos de tempo.
Continuou realizando aquilo que bem sabe, ignorando tudo aquilo que o rodeia, mostrando mais uma vez aquilo que o distingue de todos os outros. É ele um bom profissional e aquilo que faz é tem resultados mais do que positivos, contudo no que á sua humanidade diz respeito é uma pessoa muito pouco envolvida no mundo. Há ainda quem se questione, passado tantos anos, como se casou ou mesmo como manteve o seu casamento, uns em jeito de brincadeira, outros mais empenhados, mas todos faziam apostas de como era tal coisa possível.
O tempo passou e nunca mais talo dispositivo deu sinal de vida, vida ou actividade electrónica, até algumas horas mais tarde, mais concretamente cinco horas, estava já o seu dia no término quando um ruído nada habitual suou naquele escritório, um ruído que ele desconhecia, era o seu toque de mensagem, que apesar de fazer parte do seu telemóvel há já quatro anos, não fazia parte do seu mundo. Aquele ruído chamou-o a atenção, e desta vez, não conseguiu ignorá-lo, pela estranheza do toque? Talvez, ou então por pressentimento, quem sabe. A verdade é que não tardou a pegar no dito objecto. Entre algumas hesitações e o desconhecimento das várias funcionalidades da peça, lá conseguiu encontrar a caixa de mensagens, e suspirou um: -Até que enfim, não percebo nada desta coisa.
Mensagens Recebidas era cinco e nunca antes ouvira aquele ruído, o que o fez questionar como era possível, no entanto procurou aquela que o fizera desligar daquilo que fazia.
No remetente dizia, "Amor",(questiono-me se conhece tal palavra). Achou estranho, ela nunca havia mandado uma mensagem, abriu-a e a primeira frase paralisou-o, todo ele tremia e ele começava a questionar-se como era possível tal coisa acontecer. Ele já sabia, e mesmo assim foi indiferente. Era realmente verdade o que diziam dele, -Quando está a trabalhar é não vê mais nada á sua frente.
Deixou o telemóvel e recostou-se na cadeira de pele, aquela que lhe dava o poder. Olhou para o tecto e pensou. Como é possível, sou mesmo estúpido.
Voltou a procurar o telemóvel na sua secretária repleta de papeis tão importantes que agora não tinha interesse nenhum, voltou a ler sem ainda perceber como era possível. A mensagem dizia.
"Já nasceu, é uma menina como tanto querias. Tentei avisar-te mas não atendeste, queria mesmo que aqui estivesses, sabes como era importante para mim. Nunca pensei. Mas isto só confirma o que todos dizem. Para mim chega, esta foi a gota de água. Acabou. Já que não quiseste ver a tua filha nascer, vais vê-la apenas de duas em duas semanas. Quero o divorcio.".
by M.
27 janeiro, 2011
O que procuras?!
Não importa aquilo que fazemos, não importa aquilo que pensamos, não importa aquilo que queremos, desejamos ou procuramos, pois tudo isso acaba quando nos apaixonamos.
Podem duas pessoas conhecer-se e haver uma empatia entre elas, podem essas mesmas pessoas serem amigas para sempre, podem partilhar momentos, podem viver tudo e mais alguma coisa juntas, podem correr, rir, brincar, passear, podem mesmo viajar, dormir sonhar juntas e nunca deixar de ser amigas. Essas mesmas duas pessoas são amigas desde sempre e assim continuarão, nada mais para além da amizade existe entre aquelas duas pessoas, nada mais do que um simples complementar de personalidades, carências ou desejos.
Durante muitos anos vivem verdadeiros momentos de alegria, partilha, e tolerância, durante longos anos as suas vidas apenas existem porque uma outra assim o define. Vivem uma infância, vivem uma adolescência, vive uma vida adulta, responsável e estável, e possivelmente uma velhice e continuam a ser os melhores amigos, pois ninguém mais do que estas duas personagens sabe como contracenar com o outro. Contudo estas duas vidas são apenas o que são, não passam de duas vidas separadas unidas unicamente por um sentimento, a amizade.
Estas duas pessoas são os seres mais completos á face da terra, e tudo isto porque conhecem-se melhor do que ninguém, porém, eles não são mais do que amigos, pois durante todos estes longos anos estas duas pessoas viveram tudo o que tinham para viver um ao lado do outro, fizeram tudo aquilo que tinham de fazer, e fizeram-no em conjunto mas uma coisa os separa de um casal, o sexo nunca foi algo que partilhassem. Isto faz deles seres amigos e desfaz tudo aquilo que se pensara antes, de um casal que viveu feliz para sempre.
É então o sexo a barreira entre a amizade e o amor?
Tão estúpidas são as pessoas que procuram o amor no sexo, procuram algo que as complete, que as preencha, que as torne especiais, quando afinal a única coisa de que precisamos é de um amigo, que esteja connosco sempre que precisamos, que partilhe tudo connosco, que nos faça também partilhar.
Não é fácil percebermos aquilo que queremos, muito menos saber aquilo que procuramos, pois possivelmente estamos a procura da coisa errada.
by M.
Podem duas pessoas conhecer-se e haver uma empatia entre elas, podem essas mesmas pessoas serem amigas para sempre, podem partilhar momentos, podem viver tudo e mais alguma coisa juntas, podem correr, rir, brincar, passear, podem mesmo viajar, dormir sonhar juntas e nunca deixar de ser amigas. Essas mesmas duas pessoas são amigas desde sempre e assim continuarão, nada mais para além da amizade existe entre aquelas duas pessoas, nada mais do que um simples complementar de personalidades, carências ou desejos.
Durante muitos anos vivem verdadeiros momentos de alegria, partilha, e tolerância, durante longos anos as suas vidas apenas existem porque uma outra assim o define. Vivem uma infância, vivem uma adolescência, vive uma vida adulta, responsável e estável, e possivelmente uma velhice e continuam a ser os melhores amigos, pois ninguém mais do que estas duas personagens sabe como contracenar com o outro. Contudo estas duas vidas são apenas o que são, não passam de duas vidas separadas unidas unicamente por um sentimento, a amizade.
Estas duas pessoas são os seres mais completos á face da terra, e tudo isto porque conhecem-se melhor do que ninguém, porém, eles não são mais do que amigos, pois durante todos estes longos anos estas duas pessoas viveram tudo o que tinham para viver um ao lado do outro, fizeram tudo aquilo que tinham de fazer, e fizeram-no em conjunto mas uma coisa os separa de um casal, o sexo nunca foi algo que partilhassem. Isto faz deles seres amigos e desfaz tudo aquilo que se pensara antes, de um casal que viveu feliz para sempre.
É então o sexo a barreira entre a amizade e o amor?
Tão estúpidas são as pessoas que procuram o amor no sexo, procuram algo que as complete, que as preencha, que as torne especiais, quando afinal a única coisa de que precisamos é de um amigo, que esteja connosco sempre que precisamos, que partilhe tudo connosco, que nos faça também partilhar.
Não é fácil percebermos aquilo que queremos, muito menos saber aquilo que procuramos, pois possivelmente estamos a procura da coisa errada.
by M.
23 janeiro, 2011
Recordações
O teu cheiro penetra a minha mente, faz-me recuar no pouco tempo que separa as minhas saudades da realidade vivida.
A minha mente divaga por entre todos aqueles momentos de alegria, por todos aqueles momentos de loucura, o meu corpo reclama por uma necessidade que só tu és capaz de preencher, todos os pequenos pormenores deixam saudades, deixam um vazio no meu coração. Não um vazio de falha mas sim um vazio de ti, um vazio momentâneo, um vazio de uma alma perdida na imensidão de recordações.
O sorriso de uma criança com um doce é muito pouco comparado com aquele que carrego na minha cara, um sorriso denunciável e mais do que isso, verdadeiro. Um sorriso alimentado por palavras, por recordações, por acções.
Um dia recordarei este dia como o primeiro de muitos daqueles pelos quais irei passar, e um dia ao adormecer irreversivelmente direi com toda a confiança, nunca foi tão feliz!
by M.
A minha mente divaga por entre todos aqueles momentos de alegria, por todos aqueles momentos de loucura, o meu corpo reclama por uma necessidade que só tu és capaz de preencher, todos os pequenos pormenores deixam saudades, deixam um vazio no meu coração. Não um vazio de falha mas sim um vazio de ti, um vazio momentâneo, um vazio de uma alma perdida na imensidão de recordações.
O sorriso de uma criança com um doce é muito pouco comparado com aquele que carrego na minha cara, um sorriso denunciável e mais do que isso, verdadeiro. Um sorriso alimentado por palavras, por recordações, por acções.
Um dia recordarei este dia como o primeiro de muitos daqueles pelos quais irei passar, e um dia ao adormecer irreversivelmente direi com toda a confiança, nunca foi tão feliz!
by M.
11 janeiro, 2011
Declaração
Foi identificada uma nova bactéria após muito tempo de investigação. Este novo ser tem características únicas. Descendendo de uma outra bactéria já há um ano descoberta. Esta ultima tinha como principal característica o anonimato, contudo com o passar dos tempo tem vindo a evoluir, tem mostrado uma evolução constante e célere mas foi a passagem para um novo estágio que intrigou os mais conceituados investigadores que debruçaram-se sobre este estranho ser a fim de conhecer melhor este modo de vida.
A bactéria base era em por si só diferente em muitos aspectos ao demais da mesma espécie. Defensor de ideologias simples, criativo, simples, humano, teimoso, independente e principalmente isolado eram as características que tornavam este ser em algo intensamente interessante, contudo crê-se que a última evolução deste ser teve como base um contacto com o mundo diferenciado exterior durante este ultimo ano, mas a influência maioritária foi notória nos últimos meses em que esta conviveu com um outro ser, ser este responsável por dar ênfase a uma mudança.
O novo ser foi descoberto por conceituados cientistas que encontraram nesta criatura uma oportunidade de mostrar o verdadeiro valor da convivência entre espécies.
Esta grande equipa chegou a conclusão de que dois seres podem auto desenvolverem-se desde que exista compatibilidade de substancia, assim sendo, afirmam com toda a certeza que esta evolução deveu-se a uma única ligação a que foi submetida a bactéria inicial.
O novo ser adquiriu características únicas, mantendo as características base, passou para um novo estado evolutivo.
As características resultantes desta modificação genética são essencialmente, alteração permanente de humor, melhoramento das comunicações inter-pessoais, aumento da produção de endorfina, aceitação de sentimentos antes rejeitados mas como principal característica, aceitação da palavra e do sentimento amor.
By M.
21 dezembro, 2010
Quero morrer... Um dia!
Acordo de manha, olho o céu e penso em tudo aquilo que já vivi, recordo os bons momentos de uma vida mais do que vivida, as marcas na minha mente reflectidas no espelho dos meus olhos, fazem as lágrimas correr por todas aquelas felicidades que já tive e que agora são apenas recordações, recordações que me deixam saudades, recordações de uma etapa cheia de certezas que se desfizeram.
O sol brilha no céu azul, algumas, poucas nuvens brancas tingidas com o cinzento da tempestade que se avizinha assemelham-se ao estado da minha alma.
Raios de sol ganhando vida e recarregando todo o meu coração com uma energia que nem eu acreditava novamente existir. Enxugo as lágrimas do meu rosto passando as mãos pelo mesmo, desejo poder fazê-lo na minha alma, mas ainda não é o momento. por vezes sinto a necessidade de chorar por dentro, desejar a morte e desaparecimento das recordações desta vida perdida.
Enchendo o peito com o ar fresco, sinto vontade desistir, sinto que quero morrer, o vazio continua ali, e o meu coração forte outrora é agora apenas o simples órgão que me mantém ser vivo. Desejo muitas vezes que este deixe de o fazer, desejo poder recomeçar tudo de novo, apagar tudo aquilo que me magoa, mas não tenho coragem para tal façanha. Ansiosamente espero o segundo em que sentirei tudo parar, espero sem medo, espero porque mais do que sofrer por fora e por dentro, não encontro aquilo que me falta.
Olho o sol directamente, com a certeza que a dor que os meus olhos sentirão nada será comparada com aquilo que o meu coração sente.
Desejo eternamente. “Quero morrer.”
Neste momento tudo se desfaz, fecho os olhos, tudo o que me atormenta desaparece, tudo o que me faz sofrer deixa de existir, deixo de sentir vontade de chorar. Volto a abrir os olhos, ainda com o mesmo raio de sol a queimar-me a retina, não pestanejo e percebo que não é este raio de sol que me faz sentir dor, tal como não há ninguém que me faça sentir dor, mas sim eu que aplico essa mesma dor em mim.
Baixo os olhos, choro, não só de alegria, mas por desilusão. Pergunto-me como é possível nunca ter aberto os olhos para um céu tão azul.
Recordo agora estes momentos, com um desejo, que este raio de sol não seja tão efémero.
by M.
O sol brilha no céu azul, algumas, poucas nuvens brancas tingidas com o cinzento da tempestade que se avizinha assemelham-se ao estado da minha alma.
Raios de sol ganhando vida e recarregando todo o meu coração com uma energia que nem eu acreditava novamente existir. Enxugo as lágrimas do meu rosto passando as mãos pelo mesmo, desejo poder fazê-lo na minha alma, mas ainda não é o momento. por vezes sinto a necessidade de chorar por dentro, desejar a morte e desaparecimento das recordações desta vida perdida.
Enchendo o peito com o ar fresco, sinto vontade desistir, sinto que quero morrer, o vazio continua ali, e o meu coração forte outrora é agora apenas o simples órgão que me mantém ser vivo. Desejo muitas vezes que este deixe de o fazer, desejo poder recomeçar tudo de novo, apagar tudo aquilo que me magoa, mas não tenho coragem para tal façanha. Ansiosamente espero o segundo em que sentirei tudo parar, espero sem medo, espero porque mais do que sofrer por fora e por dentro, não encontro aquilo que me falta.
Olho o sol directamente, com a certeza que a dor que os meus olhos sentirão nada será comparada com aquilo que o meu coração sente.
Desejo eternamente. “Quero morrer.”
Neste momento tudo se desfaz, fecho os olhos, tudo o que me atormenta desaparece, tudo o que me faz sofrer deixa de existir, deixo de sentir vontade de chorar. Volto a abrir os olhos, ainda com o mesmo raio de sol a queimar-me a retina, não pestanejo e percebo que não é este raio de sol que me faz sentir dor, tal como não há ninguém que me faça sentir dor, mas sim eu que aplico essa mesma dor em mim.
Baixo os olhos, choro, não só de alegria, mas por desilusão. Pergunto-me como é possível nunca ter aberto os olhos para um céu tão azul.
Recordo agora estes momentos, com um desejo, que este raio de sol não seja tão efémero.
by M.
17 dezembro, 2010
2 em 1
Depois de alguns pobres textos, venho denunciar a conclusão a que cheguei.
Inicialmente comecei por pensar que a minha falta de inspiração se devia á carência de problemas ou de situações para contestar, o que não se veio a confirmar, pouco tempo depois, e após alguma preocupação com esta pobreza mental, iniciei uma outra teoria, a de que a minha inspiração, talvez, pudesse estar usurpada para uma outra actividade, contudo, voltei a negar esta teoria, pois não tinha qualquer sentido, uma pessoa com eu estar limitado a uma dada quantidade de inspiração. "Não!" Pensei eu. Então, como não sou pessoa para desistir do que é que seja, muito menos o porque de situações como esta, pôs toda a minha mente ao serviço de conspirações utópicas ou não até encontrar um motivo plausível para tal acontecimento.
Não posso afirmar com toda a certeza se de facto consegui uma conclusão cem por cento correcta, mas a uma conclusão eu cheguei e para já, parece-me a mais capaz.
Como todas as grandes questões da vida, esta acabou por se mostrar mais simples do que aquilo que eu imaginara, começando por dar grande valor a questões externas acabei por ceder perante a simplicidade de toda a minha existência, ou seja, mais uma vez, eu concluo que todo este problema tem apenas uma fonte. EU! Eu sou o motivo da ausência de palavras nos meus textos mais recentes.
E o que fiz eu? Nada, absolutamente nada, simplesmente tenho andado distraído, com falta de empatia para com o meu teclado, portanto, e visto que nada se faz sem sacrifício, cá está uma solução Head&Shoulders, ou seja, dois em um, que é o mesmo que dizer explicação e texto minimamente decente.
Gratos pela vossa atenção e compreensão,
Continuarei no activo com mais ou menos palavras.
by M.
Inicialmente comecei por pensar que a minha falta de inspiração se devia á carência de problemas ou de situações para contestar, o que não se veio a confirmar, pouco tempo depois, e após alguma preocupação com esta pobreza mental, iniciei uma outra teoria, a de que a minha inspiração, talvez, pudesse estar usurpada para uma outra actividade, contudo, voltei a negar esta teoria, pois não tinha qualquer sentido, uma pessoa com eu estar limitado a uma dada quantidade de inspiração. "Não!" Pensei eu. Então, como não sou pessoa para desistir do que é que seja, muito menos o porque de situações como esta, pôs toda a minha mente ao serviço de conspirações utópicas ou não até encontrar um motivo plausível para tal acontecimento.
Não posso afirmar com toda a certeza se de facto consegui uma conclusão cem por cento correcta, mas a uma conclusão eu cheguei e para já, parece-me a mais capaz.
Como todas as grandes questões da vida, esta acabou por se mostrar mais simples do que aquilo que eu imaginara, começando por dar grande valor a questões externas acabei por ceder perante a simplicidade de toda a minha existência, ou seja, mais uma vez, eu concluo que todo este problema tem apenas uma fonte. EU! Eu sou o motivo da ausência de palavras nos meus textos mais recentes.
E o que fiz eu? Nada, absolutamente nada, simplesmente tenho andado distraído, com falta de empatia para com o meu teclado, portanto, e visto que nada se faz sem sacrifício, cá está uma solução Head&Shoulders, ou seja, dois em um, que é o mesmo que dizer explicação e texto minimamente decente.
Gratos pela vossa atenção e compreensão,
Continuarei no activo com mais ou menos palavras.
by M.
15 dezembro, 2010
Vende-se
Designação: Procura-se novo dono! Cérebro em bom estado de conservação, como novo.
Características: Apesar de ter já alguns anos de uso, esse nunca foi de grande desgaste, pode-se mesmo afirmar que somente o ultimo ano tenha sido mais extenuante, contudo funciona em pleno das suas funções. Não tem aparentemente danos de maior.
Motivo: Falta de uso por parte do actual proprietário.
Características: Apesar de ter já alguns anos de uso, esse nunca foi de grande desgaste, pode-se mesmo afirmar que somente o ultimo ano tenha sido mais extenuante, contudo funciona em pleno das suas funções. Não tem aparentemente danos de maior.
Motivo: Falta de uso por parte do actual proprietário.
09 novembro, 2010
Gelo
Estou frio, completamente gelado, não sinto os meus pés, as minhas mão nem todo o meu corpo, consigo pensar embora que pouco claramente, consigo articular alguns pensamentos, coerentemente ou não, consigo criar imagens na minha cabeça, como se os meus olhos estivessem a ver aquilo que eu imagino, mas não, não estão, estão fechados, todo o meu corpo está imobilizado, por mais que force o movimento eu não consigo, não consigo mexer um milímetro que seja.
Não sei que se passa comigo, quero abrir os olhos, quero sair daqui, quero procurar aquilo que me falta, viver o que ainda não vivi, preciso imediatamente de sair daqui.
Sinto o meu coração a bater, estou vivo, sei que estou, mas não estou completamente vivo, não tenho falta de ar, os meus pulmões estão a funcionar correctamente, mas o que é isto?
As imagens vão continuando a correr na minha cabeça, cada vez tornam-se mais claras, consigo ver que está comigo, consigo sentir. Estarei a sonhar? Tento despertar mas nada, não sei, não conheci outrora tal estado, não sei definir aquilo pelo que estou a passar.
Nada do que deveria ser é, nada do que tento fazer consigo, como cheguei a este ponto? Como é possível alguém querer e não poder, eu quero tanto abrir os olhos, eu quero tanto mexer uma mão, eu quero tanto poder tocar, mas eu simplesmente não consigo, porque simplesmente quando estou contigo tudo congela, porque tu és simplesmente a pessoa que me aquece o coração e faz tudo o resto perder a importância, tu és simplesmente aquela pessoa que eu quer ver quando abrir os olhos, tocar quando me mexer, tu és e sempre será aquela pessoa que me congela independentemente de tudo o que me rodeia.
By M.
Não sei que se passa comigo, quero abrir os olhos, quero sair daqui, quero procurar aquilo que me falta, viver o que ainda não vivi, preciso imediatamente de sair daqui.
Sinto o meu coração a bater, estou vivo, sei que estou, mas não estou completamente vivo, não tenho falta de ar, os meus pulmões estão a funcionar correctamente, mas o que é isto?
As imagens vão continuando a correr na minha cabeça, cada vez tornam-se mais claras, consigo ver que está comigo, consigo sentir. Estarei a sonhar? Tento despertar mas nada, não sei, não conheci outrora tal estado, não sei definir aquilo pelo que estou a passar.
Nada do que deveria ser é, nada do que tento fazer consigo, como cheguei a este ponto? Como é possível alguém querer e não poder, eu quero tanto abrir os olhos, eu quero tanto mexer uma mão, eu quero tanto poder tocar, mas eu simplesmente não consigo, porque simplesmente quando estou contigo tudo congela, porque tu és simplesmente a pessoa que me aquece o coração e faz tudo o resto perder a importância, tu és simplesmente aquela pessoa que eu quer ver quando abrir os olhos, tocar quando me mexer, tu és e sempre será aquela pessoa que me congela independentemente de tudo o que me rodeia.
By M.
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