O dia começa cedo para cumprir todos os horários aborrecidos que nós são impostos.
Duas ou três horas volvidas e nós já estamos a espera do avião que nós levaram de volta á realidade, os minutos vão passando e o aperto vai crescendo, o tempo passa, e a área vai ficando preenchida de gente, umas de cara risonha, outras de olhos caídos e de pensamento profundo, talvez é neste que nós enquadramos, mas vejo-me mais no limiar destas duas situações, talvez porque a vida que deixo não me trás grande saudade mas também porque a que irei encontrar tem-me feito feliz.
Questiono-me qual o motivo que cada uma destas pessoas trás para ter o mesmo destino que nós, sem conseguir uma resposta coloco hipóteses em cada rosto que vejo, mas são apenas hipóteses e como já passei por isto, sei qual é o sentimento.
Já no avião, com toda a segurança a que nos obrigam, e com a pista de descolagem á vista resta-nos segurar a mão um do outro e aproveitar a adrenalina da descolagem, uns mais contentes que outros.
3...2...1... Descolagem!
A minha cabeça é invadida por tudo aquilo que deixei em terra, todos os bons momentos que vivi, nestes dias e desde que me lembro, a família que deixamos para trás e que não sabemos quando será a próxima vez que veremos, a nostalgia de deixar o MEU país, e ao cair na realidade, sinto a revolta de ter sido quase obrigado a sair deste conforto a que estamos habituado e a que chamamos família, talvez um dia perdoe o meu país, talvez um dia saia com o sentimento de não ser obrigado, mas por agora somos mais dois que partem de olhos caídos e tristes, em busca de uma vida melhor, com a família no coração!
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