Enquanto ela terminava de preparar o jantar eu sentei-me na mesa da cozinha de mãos a segurar a cabeça. Aquela visão era tão familiar quanto a sua presença mas tudo na minha cabeça era agora um mar de confusão e eu sem saber o que pensar procurava as palavras certas para lhe contar da proposta que recebera.
Jantar na mesa e ambos sentados frente a frente lá me vou satisfazendo com aquele maravilhoso jantar, eu sempre gostei dos seus cozinhados, enquanto isso ela utilizava discursos cliché para meter conversa comigo, mas para mim era um dia de difícil comunicação e sem que ela ainda tivesse percebido eu estava focado num outro assunto.
Em tempos idos a sua companhia era o suficiente para me encher os olhos e tudo o resto, mas naquele dia nem isso me completava, não pela mudança de sentimento mas sim pela situação que havia mudado.
Respirando fundo resolvi que tinha mesmo de falar sobre aquilo que me ia na cabeça, eu não poderia esconder muito mais e assim, depois de um suspiro a minha voz uniu-se em uníssono e eu praguejei.
-Preciso mesmo de falar contigo.
-Sim, já me tinhas dito e eu já percebi que é importante, diz lá.
-Sim é de facto muito importante, mas independentemente de tudo e do quão bom isto pode ser para mim não deixa de ser difícil de me exprimir.
-Ui, ui, é mesmo sério.
-Não me interrompas por favor, o que se passa é que hoje tive um dia diferente começando pelo café contigo e depois lá no trabalho.
-Diferente? Comigo porquê?
-Sabes bem que já não tomamos café juntos á muito tempo e que desde a muito que não nos víamos.
-Sim, já algum tempo, mas isso não quer dizer que sejamos estranhos.
-Claro que não somos. Adiante.
-Então e no trabalho o que se passou?
-Bem isso é a parte difícil. Sabes que eu adoro o que faço e sabes que tenho objectivos de vida e que estou disposto a tudo para os atingir.
-Sim, e eu concordo com a tua ideologia, bem sabes. Mas não percebo o que isso tem assim de tão complicado.
-O complicado vem agora. Hoje na hora de almoço foi obrigado a almoçar com o patrão e ele propôs-me mudanças.
-Não me digas que a crise já chegou á empresa.
-Não, eu também pensei nisso inicialmente, mas a ideia dele era diferente.
-Epah desembucha.
-Eu vou ser directo. Ele quer que eu vá gerir um novo gabinete programação.
-Mas isso é óptimo, é o teu objectivo não é!
-Sim mas não estava a espera disso tão cedo.
-Melhor ainda, é sinal que eles te valorizam.
-Sim eu sei, mas o problema é que eu ainda não te contei tudo.
-Mais?!
-Sim, o grande problema desta proposta é a deslocação.
-Deslocação?! Para onde.
-Seul, Coreia
-Mas isso é do outro lado do mundo.
-Sim é. A Coreia está a evoluir muito na electrónica e a empresa achou que seria benéfico trabalhar perto deles, afinal de contas eles precisão de nós. Então fizeram uma parceria e vão abrir um novo gabinete lá.
-Sim compreendo. Mas …
-Eu ainda não tomei nenhuma decisão mas a proposta é tentadora, além do mais tenho pouco que me prenda cá.
-Então e eu?! Interrogou ela aumentando o tom e com um brilho diferente nos olhos.
-Tu…
-Nós ainda somos casados, não podes ir assim embora.
-Sim eu não me esqueço disso, muito menos tencionava ir sem te consultar, mas como sabes saíste de casa quase a três semanas e nunca mais falamos.
-Sim eu sei, mas precisava de tempo.
-Precisavas tu mas eu não, de passar pelo que passei.
-Desculpa mas só percebi que me fazias falta depois de te deixar, tenho andado a ganhar coragem para to dizer.
-Três semanas é muito tempo, não sabes o que passei.
-Pois não sei, mas eu também passei por muito e não quero continuar assim, por isso vim cá hoje.
-Vieste cá mas isso não resolve nada, muito menos nesta situação agora.
-Mas eu preciso de ti, não podes ir agora embora.
-Eu também preciso de ti tal como precisei de ti nestas ultimas semanas, mas todo este tempo fez-me pensar que devo seguir aquilo que sempre ambicionei.
-Então já tomaste a tua decisão!
-Não mas vou tomar e a Coreia parece-me bom para um novo começo.
-Está bem podes ir!
-Posso?! Assim?! Não me vais tentar fazer mudar de ideias?!
-Não, tenho só uma condição.
-Diz lá.
-Se vais eu também vou, e isto não é opcional!
FIM
by M.
29 novembro, 2011
24 novembro, 2011
Vidas parte9
Nisto mais de uma hora havia passado e eu estava agora consumido pela ideia de poder abraçar um projecto que sempre sonhei e enquanto isso eu não pensava em nada mais.
Voltei de novo ao meu mundo esquecendo tudo o resto mas desta feita nem este me conseguia prender a atenção, aquela notícia era boa demais para me fazer esquecer nem que pelos breves momentos, no entanto o meu trabalho está acima de tudo e se aqui cheguei foi pelo facto de sempre me emprenhar e nem mesmo naquele momento eu tinha uma justificação plausível para não fazer aquilo que me compete e abstrai-me de todo aquele encanto e comecei aquilo que faço melhor.
A tarde passou e eu só regressei á realidade já a noite tinha caído e estava agora exausto mas como sempre feliz, afinal de contas não é todos os dias que se faz aquilo de que mais se gosta.
Preparei-me para abandonar a empresa e meter pés ao caminho, a minha casa era o meu destino mas o caminho que tinha de percorrer era ainda um desafio para a minha mente que iria sem duvida penetrar-se no assunto do dia.
Enquanto percorria o caminho de sempre, quase de olhos fechados, e eu tinha muito para avaliar, entre vantagens e desvantagens eu não poderia tomar uma decisão sem pensar em tudo isso.
Dizem muitas vezes que a melhor maneira de resolver os problemas é fugir de perto deles e se antes eu discordava com essa resolução dos problemas eu estava agora preparado para fazer o mesmo, depois do que se tinha tornado a minha vida eu estava disposto a deixar tudo para trás e correr atrás de um outro sonho.
Não tardei a chegar a casa, aproximo-me da porta e insiro a chave, rodo-a esperando um mundo igual ao de sempre, mas algo estava diferente, ao abrir calmamente aquela porta eu foi inundado por uma luz imensa e de repente pensei, bolas, esqueci-me de apagar as luzes, mas esse pensamento foi interrompido por uma visão diferente do normal, uns sapatos de mulher mesmo á porta algo que não é por habito meu ter e pensei para comigo, há aqui algo que não está bem, e nesse momento percebi tudo quando uma bela mulher aparece na porta da sala.
-O que estás aqui a fazer? Perguntei.
-Combinamos encontrarmo-nos aqui! Lembras-te?!
-Sim claro que sim, mas era só as oito e meia! – Tinha-me esquecido completamente disso mas nada justificava ela estar lá em casa.
-Sim combinamos mas eu pensei que podia fazer o jantar e como ainda tenho a chave cá de casa resolvi fazer-te uma surpresa.
-Humm, está bem, mas podias ter-me perguntado primeiro.
-Mas assim deixava de ser surpresa.
-Como queiras. Já fizeste o jantar? Estou cheio de fome e tenho uma coisa para te contar.
by M.
Voltei de novo ao meu mundo esquecendo tudo o resto mas desta feita nem este me conseguia prender a atenção, aquela notícia era boa demais para me fazer esquecer nem que pelos breves momentos, no entanto o meu trabalho está acima de tudo e se aqui cheguei foi pelo facto de sempre me emprenhar e nem mesmo naquele momento eu tinha uma justificação plausível para não fazer aquilo que me compete e abstrai-me de todo aquele encanto e comecei aquilo que faço melhor.
A tarde passou e eu só regressei á realidade já a noite tinha caído e estava agora exausto mas como sempre feliz, afinal de contas não é todos os dias que se faz aquilo de que mais se gosta.
Preparei-me para abandonar a empresa e meter pés ao caminho, a minha casa era o meu destino mas o caminho que tinha de percorrer era ainda um desafio para a minha mente que iria sem duvida penetrar-se no assunto do dia.
Enquanto percorria o caminho de sempre, quase de olhos fechados, e eu tinha muito para avaliar, entre vantagens e desvantagens eu não poderia tomar uma decisão sem pensar em tudo isso.
Dizem muitas vezes que a melhor maneira de resolver os problemas é fugir de perto deles e se antes eu discordava com essa resolução dos problemas eu estava agora preparado para fazer o mesmo, depois do que se tinha tornado a minha vida eu estava disposto a deixar tudo para trás e correr atrás de um outro sonho.
Não tardei a chegar a casa, aproximo-me da porta e insiro a chave, rodo-a esperando um mundo igual ao de sempre, mas algo estava diferente, ao abrir calmamente aquela porta eu foi inundado por uma luz imensa e de repente pensei, bolas, esqueci-me de apagar as luzes, mas esse pensamento foi interrompido por uma visão diferente do normal, uns sapatos de mulher mesmo á porta algo que não é por habito meu ter e pensei para comigo, há aqui algo que não está bem, e nesse momento percebi tudo quando uma bela mulher aparece na porta da sala.
-O que estás aqui a fazer? Perguntei.
-Combinamos encontrarmo-nos aqui! Lembras-te?!
-Sim claro que sim, mas era só as oito e meia! – Tinha-me esquecido completamente disso mas nada justificava ela estar lá em casa.
-Sim combinamos mas eu pensei que podia fazer o jantar e como ainda tenho a chave cá de casa resolvi fazer-te uma surpresa.
-Humm, está bem, mas podias ter-me perguntado primeiro.
-Mas assim deixava de ser surpresa.
-Como queiras. Já fizeste o jantar? Estou cheio de fome e tenho uma coisa para te contar.
by M.
22 novembro, 2011
Vidas parte8
-Sim, hoje tem companhia para almoço – disse ela do outro lado do balcão.
Sem qualquer alternativa de fuga, aceitei prontamente aquele cenário sem saber ainda quem seria a minha companhia. Momentos depois um grupo de indivíduos vem na minha direcção, mas aparentemente todos desconhecidos á excepção do patrão e este não tarda a direccionar o seu olhar na minha direcção acompanhado de algumas palavras.
- P. Vens connosco almoçar, temos uns assuntos importantes para tratar e preciso de uma opinião.
-Sem pestanejar aceitei – pensado bem, eu não tinha nada melhor para fazer naquelas horas mortas, se não acompanhar a minha solidão.
Obviamente eu sabia que seria uma reunião de negócios, pois a restante companhia apresentava-se de fato e gravata e a característica mala na mão, contudo eu não sabia o intuito de eu ser o chamado, pois em caso algo, eu fora chamado anteriormente. Com todas estas questões a viajar na minha cabeça eu começava a sentir-me curioso e aguardava por uma explicação plausível.
Deixamos a empresa e pouco depois estávamos já sentados nos dos melhores restaurantes da cidade e dei por mim a pensar que efectivamente aquela reunião tinha um objectivo e eu começava a sentir medo por esse mesmo.
A conversa começou sem muito formalismo mas a seu tempo começou a mudar de tema, tinha-mos nós já acabado de a refeição e agora já acompanhados por um whisky em cima da mesa a fazer jus á minha imaginação de reunião de negócios.
-P. eu sei que trabalhas connosco á relativamente pouco tempo, no então teremos de fazer alterações na tua carreira.
Dito isto, eu paralisei e foi como se alguma palavra tivesse fugido daquela frase pois não fazia sentido, eu sempre fora um colaborador importante e não previa isto, e nisto questionei-me se seria a possível que a mudança recente da minha vida que fizera com que o meu rendimento não fosse suficiente, no entanto mantive o sangue frio e questionei.
-Alterações? Como assim?
-Não me interpretes mal P., tu sabes que és um membro importante e sabes o valor que tens naquilo que fazemos.
-Sim eu sei, por isso é que me está a confundir, o que pretende afinal?
-Embora tu sejas uma peça importante aqui na empresa, nós vamos ter de abdicar de ti.
O meu mundo desmoronou-se e o sonho de uma vida, da minha vida, foi atrás.
-Calma P., isto não é um despedimento.
Aquelas palavras pouco ou nada amenizaram aquilo que sentia, mas ele continuou.
-Estas pessoas que estão aqui connosco fazem agora parte da empresa, são novos investidores para uma nova filial em que estamos a trabalhar, e precisamos de alguém como tu para liderar esse projecto.
Agora tudo fazia sentido na minha cabeça mas eu continuava sem pronunciar uma palavra pois eu sabia que toda aquela operação de charme não era uma simples deslocação de trabalho.
-Bom, não vale a pena estar com muitos rodeios, nós queremos que tu sejas o gestor de programação do novo projecto e vais ter a teu cargo alguns bons programadores, no entanto esta proposta tem um senão.
Todas as palavras ditas por ele me deixaram encantado e tornar-me gestor era o que ambicionava á muito, no entanto eu não esperava que fosse tão cedo, e começava a imaginar uma nova vida esquecendo a sua última palavra, no entanto ele fez questão de me chamar á realidade.
-O senão desta proposta é que a nova filial é na Coreia, mais propriamente Seul na Coreia do norte.
Fiquem sem palavras. Mas a proposta não me desagradava, no entanto esta é uma decisão que tenho de tomar comigo próprio. E foi o que sugeri.
-Preciso de pensar nisso, não posso aceitar assim.
-Claro que sim, estás a vontade, dá a tua resposta assim que te decidas.
-Assim o farei – respondi, começando já a orientar as minhas ideias, mas numa coisa eu teria de concordar, esta oportunidade não poderia ter vindo em melhor altura atendendo á minha recente mudança de vida.
by M.
Sem qualquer alternativa de fuga, aceitei prontamente aquele cenário sem saber ainda quem seria a minha companhia. Momentos depois um grupo de indivíduos vem na minha direcção, mas aparentemente todos desconhecidos á excepção do patrão e este não tarda a direccionar o seu olhar na minha direcção acompanhado de algumas palavras.
- P. Vens connosco almoçar, temos uns assuntos importantes para tratar e preciso de uma opinião.
-Sem pestanejar aceitei – pensado bem, eu não tinha nada melhor para fazer naquelas horas mortas, se não acompanhar a minha solidão.
Obviamente eu sabia que seria uma reunião de negócios, pois a restante companhia apresentava-se de fato e gravata e a característica mala na mão, contudo eu não sabia o intuito de eu ser o chamado, pois em caso algo, eu fora chamado anteriormente. Com todas estas questões a viajar na minha cabeça eu começava a sentir-me curioso e aguardava por uma explicação plausível.
Deixamos a empresa e pouco depois estávamos já sentados nos dos melhores restaurantes da cidade e dei por mim a pensar que efectivamente aquela reunião tinha um objectivo e eu começava a sentir medo por esse mesmo.
A conversa começou sem muito formalismo mas a seu tempo começou a mudar de tema, tinha-mos nós já acabado de a refeição e agora já acompanhados por um whisky em cima da mesa a fazer jus á minha imaginação de reunião de negócios.
-P. eu sei que trabalhas connosco á relativamente pouco tempo, no então teremos de fazer alterações na tua carreira.
Dito isto, eu paralisei e foi como se alguma palavra tivesse fugido daquela frase pois não fazia sentido, eu sempre fora um colaborador importante e não previa isto, e nisto questionei-me se seria a possível que a mudança recente da minha vida que fizera com que o meu rendimento não fosse suficiente, no entanto mantive o sangue frio e questionei.
-Alterações? Como assim?
-Não me interpretes mal P., tu sabes que és um membro importante e sabes o valor que tens naquilo que fazemos.
-Sim eu sei, por isso é que me está a confundir, o que pretende afinal?
-Embora tu sejas uma peça importante aqui na empresa, nós vamos ter de abdicar de ti.
O meu mundo desmoronou-se e o sonho de uma vida, da minha vida, foi atrás.
-Calma P., isto não é um despedimento.
Aquelas palavras pouco ou nada amenizaram aquilo que sentia, mas ele continuou.
-Estas pessoas que estão aqui connosco fazem agora parte da empresa, são novos investidores para uma nova filial em que estamos a trabalhar, e precisamos de alguém como tu para liderar esse projecto.
Agora tudo fazia sentido na minha cabeça mas eu continuava sem pronunciar uma palavra pois eu sabia que toda aquela operação de charme não era uma simples deslocação de trabalho.
-Bom, não vale a pena estar com muitos rodeios, nós queremos que tu sejas o gestor de programação do novo projecto e vais ter a teu cargo alguns bons programadores, no entanto esta proposta tem um senão.
Todas as palavras ditas por ele me deixaram encantado e tornar-me gestor era o que ambicionava á muito, no entanto eu não esperava que fosse tão cedo, e começava a imaginar uma nova vida esquecendo a sua última palavra, no entanto ele fez questão de me chamar á realidade.
-O senão desta proposta é que a nova filial é na Coreia, mais propriamente Seul na Coreia do norte.
Fiquem sem palavras. Mas a proposta não me desagradava, no entanto esta é uma decisão que tenho de tomar comigo próprio. E foi o que sugeri.
-Preciso de pensar nisso, não posso aceitar assim.
-Claro que sim, estás a vontade, dá a tua resposta assim que te decidas.
-Assim o farei – respondi, começando já a orientar as minhas ideias, mas numa coisa eu teria de concordar, esta oportunidade não poderia ter vindo em melhor altura atendendo á minha recente mudança de vida.
by M.
21 novembro, 2011
Vidas parte7
Tento entrosar-me com o mundo profissional e preencher a minha cabeça com pensamentos úteis e necessários.
Depois de um grande esforço e de algumas tentativas falhadas com vista a iniciar definitivamente o trabalho por aquele dia, consigo alguma concentração para a realizar a minha vontade. O problema era começar, pois sabia que depois de entrar dentro de todo aquele esquema eu conseguiria abstrair-me de tudo o resto.
Não tardei a entrar no meu mundo, aquele que me fascina e pelo qual sempre lutei toda a minha vida.
A informática sempre foi aquilo que mais ambicionei e o sonho pelo qual percorri, era a única alternativa para a minha vida. Mas nem tudo foram mares de rosas, tive de ultrapassar muitos obstáculos até conseguir aquilo que sempre desejei, mas sempre me desembaracei de todos eles, no entanto este momentos que vivia era um dos mais difíceis, talvez pela sua actualidade mas não só.
A minha vida nos últimos dias tinha-se desmoronado e conciliar o grande vazio interior com aquilo que mais gosto de fazer era um grande desafio mas o qual estava disposto a ultrapassar pois o que mais queria acima de tudo era a minha felicidade profissional e conquistar o meu sonho.
A programação não é uma dificuldade, pelo menos para mim, mas isso não significa que eu posso estar ausente de pensamento enquanto a executo e aquilo que menos queria era deitar fora o trabalho de uma vida de esforço.
Enclausurado naquele mundo apenas meu, eu sentia que nada mais me afectava e aqueles problemas estavam atrás da cadeira em que me sentava.
Não tardou até ser interrompido para o almoço, aquelas horas da manhã tinham passado mais uma vez a voar e estava agora na hora de almoço e de deixar de novo o eu mundo e ser absorvido pelos problema da minha vida pessoal.
Ao contrário do que havia dito aquela bela mulher, eu não tinha nada planeado para o almoço e ninguém me aguardava para o almoço a não ser a solidão dos últimos dias que eu tinha a certeza que me iria procurar.
Preparo-me para sair e abandono aquela cadeira mágica que me transporta por mundos distantes. Na saída do edifício uma voz chama por mim, uma voz feminina mas não tão jovial nem terna como a que me abordara de manhã cedo, viro-me na sua direcção enquanto esta me diz.
-Senhor P. não saia já, pediram-me para o impedir de sair já, se não se importa aguarde aqui um momento que eu vou informar que já aqui está – pegando no telefone.
-Senhor ele já aqui está – disse ela para alguém do outro lado e seguidamente desliga o telefone dirigindo-se para mim.
-Só um momento a sua companhia para almoço já aí vem.
-Companhia para almoço?! Retorqui!
by M.
Depois de um grande esforço e de algumas tentativas falhadas com vista a iniciar definitivamente o trabalho por aquele dia, consigo alguma concentração para a realizar a minha vontade. O problema era começar, pois sabia que depois de entrar dentro de todo aquele esquema eu conseguiria abstrair-me de tudo o resto.
Não tardei a entrar no meu mundo, aquele que me fascina e pelo qual sempre lutei toda a minha vida.
A informática sempre foi aquilo que mais ambicionei e o sonho pelo qual percorri, era a única alternativa para a minha vida. Mas nem tudo foram mares de rosas, tive de ultrapassar muitos obstáculos até conseguir aquilo que sempre desejei, mas sempre me desembaracei de todos eles, no entanto este momentos que vivia era um dos mais difíceis, talvez pela sua actualidade mas não só.
A minha vida nos últimos dias tinha-se desmoronado e conciliar o grande vazio interior com aquilo que mais gosto de fazer era um grande desafio mas o qual estava disposto a ultrapassar pois o que mais queria acima de tudo era a minha felicidade profissional e conquistar o meu sonho.
A programação não é uma dificuldade, pelo menos para mim, mas isso não significa que eu posso estar ausente de pensamento enquanto a executo e aquilo que menos queria era deitar fora o trabalho de uma vida de esforço.
Enclausurado naquele mundo apenas meu, eu sentia que nada mais me afectava e aqueles problemas estavam atrás da cadeira em que me sentava.
Não tardou até ser interrompido para o almoço, aquelas horas da manhã tinham passado mais uma vez a voar e estava agora na hora de almoço e de deixar de novo o eu mundo e ser absorvido pelos problema da minha vida pessoal.
Ao contrário do que havia dito aquela bela mulher, eu não tinha nada planeado para o almoço e ninguém me aguardava para o almoço a não ser a solidão dos últimos dias que eu tinha a certeza que me iria procurar.
Preparo-me para sair e abandono aquela cadeira mágica que me transporta por mundos distantes. Na saída do edifício uma voz chama por mim, uma voz feminina mas não tão jovial nem terna como a que me abordara de manhã cedo, viro-me na sua direcção enquanto esta me diz.
-Senhor P. não saia já, pediram-me para o impedir de sair já, se não se importa aguarde aqui um momento que eu vou informar que já aqui está – pegando no telefone.
-Senhor ele já aqui está – disse ela para alguém do outro lado e seguidamente desliga o telefone dirigindo-se para mim.
-Só um momento a sua companhia para almoço já aí vem.
-Companhia para almoço?! Retorqui!
by M.
20 novembro, 2011
Vidas parte6
Por momentos ignorei aquele ruído que se fazia ouvir estridentemente mas depois percebi que este procurava pela minha atenção, procurei o dito objecto por entre os papeis acumulados na minha secretária, enquanto que este não perdia um segundo para chamar a atenção de todos no escritório.
Sem sequer olhar para o monitor aceito a chamada com o receio de que esta seja terminada.
-Sim, bom dia.
-Bom dia? – Questionou uma voz feminina do outro lado.
-Com quem falo? – Perguntei.
-Acabamos de tomar café juntos, já não se diz bom dia.
- Não sabia que eras tu.
-Não me digas que já não tens o meu número.
-Tenho, claro que tenho – confirmando visualmente no monitor – mas como demorei a atender nem vi quem era para não perder tempo.
-Ah ok, estás desculpado!
-Desculpado?! Mas eu não pedi desculpa.
-Não sejas tão rigoroso. Olha estou a ligar-te porque te esqueceste do teu caderno comigo.
-Esqueci?
-Sim. Chama-se a isso, fugir a sete pés de uma mulher.
-Oh, nada disso, estava mesmo com pressa.
-Não faz mal.
-Então como fazemos?
-Fazemos? Como assim?
-Para me devolveres o caderno, faz-me falta.
-Ah sim, estava distraída. Olha podemos almo… - interrompo-a.
-Não posso já tenho coisas combinadas não dá.
Nesse momento fez-se luz na minha cabeça. Agora percebera o que se havia passado. Eu nunca me esqueço de nada que esteja á minha vista, pensei, portanto ela fez de propósito para que eu me esquecesse, sabe muito ela. O meu pensamento foi interrompido.
-Continuas aí?
-Sim, sim estou.
-Deixaste de responder, pensei que não o querias de volta.
-Sim quero, mas é que hoje estou muito ocupado, só saio do trabalho as oito da noite.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela, com um tom afirmativo, disse.
-Por mim está perfeito, posso lá em casa as oito e meia para to devolver.
Procuro uma desculpa para evitar tal contacto, mas não encontro fuga possível, tenho de concordar.
-Pronto pode ser.
-Então até logo.
-Até logo – e desliguei. Enquanto a última peça acabava de se encaixar no puzzle.
Ela fez mesmo de propósito, por isso se despediu com um até logo, no café.
Devolvo o telemóvel á secretária repleta de papéis e procuro uma ponta por onde começar, no entanto aquela chamada ainda não tinha terminado na minha cabeça.
by M.
Sem sequer olhar para o monitor aceito a chamada com o receio de que esta seja terminada.
-Sim, bom dia.
-Bom dia? – Questionou uma voz feminina do outro lado.
-Com quem falo? – Perguntei.
-Acabamos de tomar café juntos, já não se diz bom dia.
- Não sabia que eras tu.
-Não me digas que já não tens o meu número.
-Tenho, claro que tenho – confirmando visualmente no monitor – mas como demorei a atender nem vi quem era para não perder tempo.
-Ah ok, estás desculpado!
-Desculpado?! Mas eu não pedi desculpa.
-Não sejas tão rigoroso. Olha estou a ligar-te porque te esqueceste do teu caderno comigo.
-Esqueci?
-Sim. Chama-se a isso, fugir a sete pés de uma mulher.
-Oh, nada disso, estava mesmo com pressa.
-Não faz mal.
-Então como fazemos?
-Fazemos? Como assim?
-Para me devolveres o caderno, faz-me falta.
-Ah sim, estava distraída. Olha podemos almo… - interrompo-a.
-Não posso já tenho coisas combinadas não dá.
Nesse momento fez-se luz na minha cabeça. Agora percebera o que se havia passado. Eu nunca me esqueço de nada que esteja á minha vista, pensei, portanto ela fez de propósito para que eu me esquecesse, sabe muito ela. O meu pensamento foi interrompido.
-Continuas aí?
-Sim, sim estou.
-Deixaste de responder, pensei que não o querias de volta.
-Sim quero, mas é que hoje estou muito ocupado, só saio do trabalho as oito da noite.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela, com um tom afirmativo, disse.
-Por mim está perfeito, posso lá em casa as oito e meia para to devolver.
Procuro uma desculpa para evitar tal contacto, mas não encontro fuga possível, tenho de concordar.
-Pronto pode ser.
-Então até logo.
-Até logo – e desliguei. Enquanto a última peça acabava de se encaixar no puzzle.
Ela fez mesmo de propósito, por isso se despediu com um até logo, no café.
Devolvo o telemóvel á secretária repleta de papéis e procuro uma ponta por onde começar, no entanto aquela chamada ainda não tinha terminado na minha cabeça.
by M.
19 novembro, 2011
Vidas parte5
Durante aqueles breves segundos em que a sua voz não se fez ouvir a minha mente arrependia-se de tais palavras, no entanto mantive a minha palavra e por fim ela respondeu.
-Podemos não falar disso?! Temos de falar mas não agora. Preciso unicamente de me sentir bem, algo que não tem acontecido á algum tempo.
-Como queiras. Eu vim apenas aproveitar esta bela vista.
Entretanto o empregado chega-se perto com o meu pedido e aproveitando para satisfazer as vontades da minha companhia. Depois do seu pedido este ausenta-se por mais algum tempo.
Enquanto aguardava que ela me dissesse algo pensava em algo decente para quebrar aquele silêncio.
A sua voz fez-se ouvir.
-Então como tens vivido estes dias?
Respondi-lhe com a quase verdade.
-Como sempre, tenho andado muito ocupado com o trabalho, estamos a terminar um grande projecto e tenho andado sem tempo para mais nada.
-A minha questão era mais virada para a tua vida pessoal.
-Ah desculpa não tinha percebido – engolindo em seco, pois havia percebido logo a sua intenção mas satisfiz a sua vontade continuando com a quase verdade. Não há nada para contar, continuo uma vida normal.
-Humm, está bem então.
Percebi logo que ela não gostara da minha resposta mas neste momento ela não tem nada a ver com isso.
Felizmente somos interrompidos pelo empregado que se apressa a deixar-nos sozinhos de novo, mal ele imaginava que era exactamente o contrário que eu desejava.
Acabando de tomar o meu café e afasto a cadeira onde me sentara, justificando tal acto para com a minha companhia.
-Desculpa não posso ficar mais, como te disse antes, tenho andado com imenso trabalho lá no escritório, tenho de ir.
Olhando primeiramente para o relógio, responde com ar irónico.
-Sim vai lá, não te quero atrasar – e terminou com – até logo.
Questionando-me sobre tal resposta, educadamente respondo de igual modo.
-Até logo.
Viro costas e faço-me ao caminho com uma ligeira sensação que outrora este momento não se passava da mesma maneira.
Tomo novamente o meu caminho em direcção ao destino inicial e tento esquecer aquelas ultimas palavras aproveitando aquele sorridente sol que nascera hoje para me alegrar.
Chego por fim ao destino e apresso-me a organizar as minhas ideias para mais um dia de trabalho intenso com a certeza de que isso me iria fazer abstrair de todo o restante mundo.
E quando estava pronto para começar, sou interrompido pelo meu telemóvel .
by M.
-Podemos não falar disso?! Temos de falar mas não agora. Preciso unicamente de me sentir bem, algo que não tem acontecido á algum tempo.
-Como queiras. Eu vim apenas aproveitar esta bela vista.
Entretanto o empregado chega-se perto com o meu pedido e aproveitando para satisfazer as vontades da minha companhia. Depois do seu pedido este ausenta-se por mais algum tempo.
Enquanto aguardava que ela me dissesse algo pensava em algo decente para quebrar aquele silêncio.
A sua voz fez-se ouvir.
-Então como tens vivido estes dias?
Respondi-lhe com a quase verdade.
-Como sempre, tenho andado muito ocupado com o trabalho, estamos a terminar um grande projecto e tenho andado sem tempo para mais nada.
-A minha questão era mais virada para a tua vida pessoal.
-Ah desculpa não tinha percebido – engolindo em seco, pois havia percebido logo a sua intenção mas satisfiz a sua vontade continuando com a quase verdade. Não há nada para contar, continuo uma vida normal.
-Humm, está bem então.
Percebi logo que ela não gostara da minha resposta mas neste momento ela não tem nada a ver com isso.
Felizmente somos interrompidos pelo empregado que se apressa a deixar-nos sozinhos de novo, mal ele imaginava que era exactamente o contrário que eu desejava.
Acabando de tomar o meu café e afasto a cadeira onde me sentara, justificando tal acto para com a minha companhia.
-Desculpa não posso ficar mais, como te disse antes, tenho andado com imenso trabalho lá no escritório, tenho de ir.
Olhando primeiramente para o relógio, responde com ar irónico.
-Sim vai lá, não te quero atrasar – e terminou com – até logo.
Questionando-me sobre tal resposta, educadamente respondo de igual modo.
-Até logo.
Viro costas e faço-me ao caminho com uma ligeira sensação que outrora este momento não se passava da mesma maneira.
Tomo novamente o meu caminho em direcção ao destino inicial e tento esquecer aquelas ultimas palavras aproveitando aquele sorridente sol que nascera hoje para me alegrar.
Chego por fim ao destino e apresso-me a organizar as minhas ideias para mais um dia de trabalho intenso com a certeza de que isso me iria fazer abstrair de todo o restante mundo.
E quando estava pronto para começar, sou interrompido pelo meu telemóvel .
by M.
18 novembro, 2011
Vidas parte4
Viro-me e deparo com uma linda mulher, uma mulher mais do que perfeita, era um sonho de mulher. Hesitei antes de responder mas por fim o meu coração falou mais alto do que o juízo.
Acenei com a cabeça para aquela linda mulher que não me era desconhecida.
-Posso sentar-me? (já sentando)
-Claro que sim.
-Não te tenho visto por aqui!
-De facto não tenho tido muitas oportunidades, a minha vida ultimamente anda a descarrilar.
-E isso é motivo para deixar de visitar o teu amigo rio?!
-Não é que não sinta saudades mas…
-Mas nada. Nunca percebi o porquê das pessoas deixarem de fazer aquilo que gostam por culpa de outros.
-Culpa de outros?
-Adiante. Tenho passado aqui para ver se te apanho mas não tenho tido sorte. Estive quase a desistir.
-Então porquê? Precisas de alguma coisa?
-Sim estou com alguns problemas mas não me apetece falar disso agora. Mostra lá o desenho que fizeste.
-Não está nada demais, tenho andado pouco inspirado – digo enquanto pego no meu caderno e lho entrego, sentindo cada vez mais calores.
Enquanto ela vai procurando pelo último desenho focada naquelas folhas eu vislumbro a sua beleza, tentando ser discreto mas sou interrompido pelo seu olhar acompanhado de mais algumas palavras.
-Não tens andado mesmo inspirado, não tem aqui nada novo desde o ultimo dia. Mas mesmo assim não perdeste o jeito, este está fenomenal - mostrando-me um que desenhara uns dias atrás e que representavam um olho com uma lágrima.
-Momentos maus - respondi-lhe.
-Estou a ver que sim – e continuou.
-Estão este da gaivota foi o que te deixou revoltado?!
-Não foi o desenho que me revoltou, mas sim a gaivota que estava a desenhar que não esperou pelo resultado, parece que até os animais me abandonam – afirmei eu e suspirei.
Dito isto ela olha-me nos olhos e eu perco a reacção, engulo em seco e baixo a cabeça.
-Não digas asneiras, bem sabes que não gosto de te ouvir dizer essas coisas.
-Asneiras?! Retorqui.
-Não são asneiras, é a realidade, ou já te esqueceste do que me fizeste?!
Ao ouvir isto ela congelou e por uns breves segundos não vi reacção nela.
by M.
Acenei com a cabeça para aquela linda mulher que não me era desconhecida.
-Posso sentar-me? (já sentando)
-Claro que sim.
-Não te tenho visto por aqui!
-De facto não tenho tido muitas oportunidades, a minha vida ultimamente anda a descarrilar.
-E isso é motivo para deixar de visitar o teu amigo rio?!
-Não é que não sinta saudades mas…
-Mas nada. Nunca percebi o porquê das pessoas deixarem de fazer aquilo que gostam por culpa de outros.
-Culpa de outros?
-Adiante. Tenho passado aqui para ver se te apanho mas não tenho tido sorte. Estive quase a desistir.
-Então porquê? Precisas de alguma coisa?
-Sim estou com alguns problemas mas não me apetece falar disso agora. Mostra lá o desenho que fizeste.
-Não está nada demais, tenho andado pouco inspirado – digo enquanto pego no meu caderno e lho entrego, sentindo cada vez mais calores.
Enquanto ela vai procurando pelo último desenho focada naquelas folhas eu vislumbro a sua beleza, tentando ser discreto mas sou interrompido pelo seu olhar acompanhado de mais algumas palavras.
-Não tens andado mesmo inspirado, não tem aqui nada novo desde o ultimo dia. Mas mesmo assim não perdeste o jeito, este está fenomenal - mostrando-me um que desenhara uns dias atrás e que representavam um olho com uma lágrima.
-Momentos maus - respondi-lhe.
-Estou a ver que sim – e continuou.
-Estão este da gaivota foi o que te deixou revoltado?!
-Não foi o desenho que me revoltou, mas sim a gaivota que estava a desenhar que não esperou pelo resultado, parece que até os animais me abandonam – afirmei eu e suspirei.
Dito isto ela olha-me nos olhos e eu perco a reacção, engulo em seco e baixo a cabeça.
-Não digas asneiras, bem sabes que não gosto de te ouvir dizer essas coisas.
-Asneiras?! Retorqui.
-Não são asneiras, é a realidade, ou já te esqueceste do que me fizeste?!
Ao ouvir isto ela congelou e por uns breves segundos não vi reacção nela.
by M.
17 novembro, 2011
Vidas parte3
Apesar do lento despertar ainda tenho horas para o trabalho e assim sendo aproveito uns breves minutos para um café junto ao rio, nada melhor que aproveitar este sol que por estes lados tem sido escasso.
O café do costume fica no caminho e o rio quase que nos lava os pés de tão perto que chega. Sempre gostei deste espaço e mesmo que a minha vida tenha mudado eu continuo a frequentá-lo embora não tanto como anteriormente.
Para mudar a rotina acabo por me sentir na mesa do canto, e em ouço tempo acabo por me perder por memórias de bons tempos.
Os meus pensamentos são interrompidos pelo funcionário de sempre, peço-lhe um café como é costume, e este afasta-se.
Vislumbrando daquela paisagem quase consigo sentir a brisa do rio mesmo tendo um gigantesco vidro a separar-me dele.
Enquanto aguardo pelo meu pedido os meus pensamentos correm pela minha mente, e enquanto tento esquecer todos estes pensamentos em prol da minha sanidade mental, procuro então uma distracção, nisto lembro-me que dentro da minha bolsa existe ainda um caderno no qual existem páginas aguardando por alguma tinta.
Alcanço a minha bolsa que estava na cadeira oposta a mim e de lá retiro o dito caderno e algo que me permita exprimir aquilo que sinto.
Olhando uma página vazia questiono-me o que esta gostaria de mostrar, nada mais me vem á cabeça se não aquele sol sobre o rio naquela manha de Outono. Não me parece que esta folha tenha vontade de algum dia mostrar a alguém um rio, pensei, enquanto isto uma gaivota pousa perto de mim quase que implorando-me que a desenha-se.
Aceito o desafio e começo com os rabiscos sabendo que terei um míseros momentos para registar tal animal. Nunca vi animal menos paciente que as gaivotas.
Por entre linhas rectas e curvas perco-me no desenho e quando termino percebo que a gaivota já lá não estava.
Revoltado, sai-me em voz alta, podias ao menos ter esperado para ver quão bonita és, e fecho o livro. Enquanto isso uma voz feminina por trás de mim questiona.
-E eu posso ver?
by M.
O café do costume fica no caminho e o rio quase que nos lava os pés de tão perto que chega. Sempre gostei deste espaço e mesmo que a minha vida tenha mudado eu continuo a frequentá-lo embora não tanto como anteriormente.
Para mudar a rotina acabo por me sentir na mesa do canto, e em ouço tempo acabo por me perder por memórias de bons tempos.
Os meus pensamentos são interrompidos pelo funcionário de sempre, peço-lhe um café como é costume, e este afasta-se.
Vislumbrando daquela paisagem quase consigo sentir a brisa do rio mesmo tendo um gigantesco vidro a separar-me dele.
Enquanto aguardo pelo meu pedido os meus pensamentos correm pela minha mente, e enquanto tento esquecer todos estes pensamentos em prol da minha sanidade mental, procuro então uma distracção, nisto lembro-me que dentro da minha bolsa existe ainda um caderno no qual existem páginas aguardando por alguma tinta.
Alcanço a minha bolsa que estava na cadeira oposta a mim e de lá retiro o dito caderno e algo que me permita exprimir aquilo que sinto.
Olhando uma página vazia questiono-me o que esta gostaria de mostrar, nada mais me vem á cabeça se não aquele sol sobre o rio naquela manha de Outono. Não me parece que esta folha tenha vontade de algum dia mostrar a alguém um rio, pensei, enquanto isto uma gaivota pousa perto de mim quase que implorando-me que a desenha-se.
Aceito o desafio e começo com os rabiscos sabendo que terei um míseros momentos para registar tal animal. Nunca vi animal menos paciente que as gaivotas.
Por entre linhas rectas e curvas perco-me no desenho e quando termino percebo que a gaivota já lá não estava.
Revoltado, sai-me em voz alta, podias ao menos ter esperado para ver quão bonita és, e fecho o livro. Enquanto isso uma voz feminina por trás de mim questiona.
-E eu posso ver?
by M.
16 novembro, 2011
Vidas parte2
Acordo, já o despertador contava sete minutos depois da hora habitual. Penso para comigo, mais um dia igual aos últimos, e apresso-me a levantar.
Ainda por os meus ante abertos olhos sento-me e tento encontrar algum bom motivo para me alegrar. Sentado na beira da cama olhando para toda aquela roupa desarrumada e tentado vislumbrar algo diferente para vestir, perco-me no infinito dos meus pensamentos mais uma vez, mas por sorte, o despertador volta a tocar. Não posso perder mais tempo. Saiu-me em voz alta, e fez-me acreditar que todo aquele vazio me estava a deixar maluco. Ignoro tudo isto e foco-me naquilo que tenho de vestir.
Humm… umas calças de ganga… done… camisola? Será que está frio? Questiono-me. Vou até á janela que permanece ainda fechada como se um cofre para o mundo se tratasse. Abro-a lentamente com medo do que me espera mas na primeira oportunidade um raio de sol entra pelo quarto e mais do que iluminar toda a escuridão daquele espaço, trouxe uma luz diferente para mim mesmo. Aquele sol radiante apagou todas as tristezas que tinha dentro de mim.
Mas que belo dia! Pensei… apressando-me a procurar a camisola mais colorida e deslumbrante daquele enfadonho monte de roupa.
Enquanto lavo os dentes para a olhar-me no espelho. A barba de três dias denuncia o meu estado de espírito dos últimos dias, mas ainda não é hoje, pensei sem hesitar. Desço as escadas e no caminho para a saída apanho uma maça do balcão da cozinha.
Já na porta dou por mim ainda de chinelos. Ups… não é este o meu calçado. Por sorte as botas de ontem estão ainda á porta, mas ao alcança-las vejo que continua como as deixei ontem. Vou ter mesmo de voltar a trás.
No caminho até á despensa relembro que se eu não fizer aquilo que é preciso, ninguém vai fazer por mim, foram tempos…
Finalmente pronto para sair do meu casulo, encho os pulmões e abro a porta da rua, preparado para um novo desafio, preparado para enfrentar o mundo.
Hoje vai ser diferente, repito para comigo enquanto percorro o meu caminho.
by M.
Ainda por os meus ante abertos olhos sento-me e tento encontrar algum bom motivo para me alegrar. Sentado na beira da cama olhando para toda aquela roupa desarrumada e tentado vislumbrar algo diferente para vestir, perco-me no infinito dos meus pensamentos mais uma vez, mas por sorte, o despertador volta a tocar. Não posso perder mais tempo. Saiu-me em voz alta, e fez-me acreditar que todo aquele vazio me estava a deixar maluco. Ignoro tudo isto e foco-me naquilo que tenho de vestir.
Humm… umas calças de ganga… done… camisola? Será que está frio? Questiono-me. Vou até á janela que permanece ainda fechada como se um cofre para o mundo se tratasse. Abro-a lentamente com medo do que me espera mas na primeira oportunidade um raio de sol entra pelo quarto e mais do que iluminar toda a escuridão daquele espaço, trouxe uma luz diferente para mim mesmo. Aquele sol radiante apagou todas as tristezas que tinha dentro de mim.
Mas que belo dia! Pensei… apressando-me a procurar a camisola mais colorida e deslumbrante daquele enfadonho monte de roupa.
Enquanto lavo os dentes para a olhar-me no espelho. A barba de três dias denuncia o meu estado de espírito dos últimos dias, mas ainda não é hoje, pensei sem hesitar. Desço as escadas e no caminho para a saída apanho uma maça do balcão da cozinha.
Já na porta dou por mim ainda de chinelos. Ups… não é este o meu calçado. Por sorte as botas de ontem estão ainda á porta, mas ao alcança-las vejo que continua como as deixei ontem. Vou ter mesmo de voltar a trás.
No caminho até á despensa relembro que se eu não fizer aquilo que é preciso, ninguém vai fazer por mim, foram tempos…
Finalmente pronto para sair do meu casulo, encho os pulmões e abro a porta da rua, preparado para um novo desafio, preparado para enfrentar o mundo.
Hoje vai ser diferente, repito para comigo enquanto percorro o meu caminho.
by M.
15 novembro, 2011
Vidas parte1
- Tenho os pés encharcados.
-Mas que dia! Mas finalmente em casa.
Insiro a chave na fechadura, rodando-a n sentido dos ponteiros do relógio, por fim esta abre-se. Finalmente em casa, penso eu.
Entro vagarosamente, retiro os meus pés encharcados das supostas impermeáveis botas, retiro também as meias e calço de imediato os chinelos que adoro. Apresso-me a retirar as roupas molhadas que se colam ao meu corpo e coloco o meu corpo debaixo da água quente.
Depois de um demorado banho vou lentamente para o quarto e visto algo quente e confortável, entretanto deito-me na cama como se ela me magnetiza-se para ela, com todo aquele cansaço acabo por cair demais, adormeço e logo a minha mente desaparece por entre todas as minhas vontades e aqueles minutos prolongaram-se por muitos mais. Enquanto a minha mente viajava a uma velocidade impossível para a minha vontade todo o meu corpo descansava daquele moroso dia. Momentos depois acabo por despertar e toda aquela fantasia volta a desaparecer e os meus músculos que outrora tinham aquecido estão agora gelados pelo frio que se apoderara da minha casa. Termino aquilo que começara tempos antes e por fim começo a aquecer. Agora sim estou confortável, mas de que me serve todo este conforto? Questiono-me.
Desloco-me até á cozinha, preparo algo para o jantar, algo rápido visto que o meu corpo implora-me por retorno ao descanso. Cedo á tentação e enquanto me alimento sento-me no sofá e apresso-me a ligar a televisão, faço um rápido zapping e perco a paciência, acabo num filme meu lamechas e onde tudo é mais do que perfeito. Só nos filmes!
Acabo por adormecer minutos depois num sono cansado, acordo horas depois e quando já a cama esperava por mim, levanto-me sonambulamente e vou ao seu encontro. A cama gelada aguardava por mim, coloco-me dentro dela, e enquanto me tentava aquecer penso. Também tu só me queres aqui por um motivo, até a minha própria cama me usa, já não bastava a minha mulher. Ups… Ex-mulher, Acabo por adormecer esperando que o dia de amanha seja diferente.
by M.
-Mas que dia! Mas finalmente em casa.
Insiro a chave na fechadura, rodando-a n sentido dos ponteiros do relógio, por fim esta abre-se. Finalmente em casa, penso eu.
Entro vagarosamente, retiro os meus pés encharcados das supostas impermeáveis botas, retiro também as meias e calço de imediato os chinelos que adoro. Apresso-me a retirar as roupas molhadas que se colam ao meu corpo e coloco o meu corpo debaixo da água quente.
Depois de um demorado banho vou lentamente para o quarto e visto algo quente e confortável, entretanto deito-me na cama como se ela me magnetiza-se para ela, com todo aquele cansaço acabo por cair demais, adormeço e logo a minha mente desaparece por entre todas as minhas vontades e aqueles minutos prolongaram-se por muitos mais. Enquanto a minha mente viajava a uma velocidade impossível para a minha vontade todo o meu corpo descansava daquele moroso dia. Momentos depois acabo por despertar e toda aquela fantasia volta a desaparecer e os meus músculos que outrora tinham aquecido estão agora gelados pelo frio que se apoderara da minha casa. Termino aquilo que começara tempos antes e por fim começo a aquecer. Agora sim estou confortável, mas de que me serve todo este conforto? Questiono-me.
Desloco-me até á cozinha, preparo algo para o jantar, algo rápido visto que o meu corpo implora-me por retorno ao descanso. Cedo á tentação e enquanto me alimento sento-me no sofá e apresso-me a ligar a televisão, faço um rápido zapping e perco a paciência, acabo num filme meu lamechas e onde tudo é mais do que perfeito. Só nos filmes!
Acabo por adormecer minutos depois num sono cansado, acordo horas depois e quando já a cama esperava por mim, levanto-me sonambulamente e vou ao seu encontro. A cama gelada aguardava por mim, coloco-me dentro dela, e enquanto me tentava aquecer penso. Também tu só me queres aqui por um motivo, até a minha própria cama me usa, já não bastava a minha mulher. Ups… Ex-mulher, Acabo por adormecer esperando que o dia de amanha seja diferente.
by M.
14 novembro, 2011
O regresso
Olá muito bom dia a todos. Não sei se tenho feito falta por aqui, mas caso não tenha, eu próprio tenho sentido falta de escrever. Portanto este texto marca o regresso do micróbio.
O micróbio contínua no desemprego e como vocês sabem quanto menos fazemos, menos nos apetece fazer, e esta é a principal razão para eu andar desaparecido, contudo, voltar a escrever faz parte dos meus planos futuros. Tenho-me sentido pouco activo, e antes que isso se torne uma rotina, há que mudar hábitos.
Ainda não sei bem como vou reformular este retorno, mas mesmo que não haja alterações o formato não deve fugir dos parâmetros antes utilizados, mas pretendo inserir algo que anteriormente fazia inúmeras vezes mas que por motivos desconhecidos deixei.
Falando daquilo que tenho andado a viver, tem sido aborrecido estar em casa sem puder fazer nada, não gosto e não quero continuar assim, tenho trabalho muito mas trabalhos que não compensam, sinto-me ocupado com eles mas não é algo que me concretize.
Sei que melhores dias virão mas até lá tenho muito que enfrentar, preciso de me sentir útil, sentir ocupado e concretizado, quero alho que me valorize e não uma simples ocupação.
Já escrevi muitas vezes sobre aquilo que quero para o meu futuro e estar em casa a trabalhar sem um motivo forte parece-me algum desperdício de tempo, e tempo é algo que eu não tenciono perder. Contudo continuo com a certeza não só que tudo se vai resolver como conseguirei atingir os meus objectivos.
Um dia vão ver que eu tenho razão.
O micróbio contínua no desemprego e como vocês sabem quanto menos fazemos, menos nos apetece fazer, e esta é a principal razão para eu andar desaparecido, contudo, voltar a escrever faz parte dos meus planos futuros. Tenho-me sentido pouco activo, e antes que isso se torne uma rotina, há que mudar hábitos.
Ainda não sei bem como vou reformular este retorno, mas mesmo que não haja alterações o formato não deve fugir dos parâmetros antes utilizados, mas pretendo inserir algo que anteriormente fazia inúmeras vezes mas que por motivos desconhecidos deixei.
Falando daquilo que tenho andado a viver, tem sido aborrecido estar em casa sem puder fazer nada, não gosto e não quero continuar assim, tenho trabalho muito mas trabalhos que não compensam, sinto-me ocupado com eles mas não é algo que me concretize.
Sei que melhores dias virão mas até lá tenho muito que enfrentar, preciso de me sentir útil, sentir ocupado e concretizado, quero alho que me valorize e não uma simples ocupação.
Já escrevi muitas vezes sobre aquilo que quero para o meu futuro e estar em casa a trabalhar sem um motivo forte parece-me algum desperdício de tempo, e tempo é algo que eu não tenciono perder. Contudo continuo com a certeza não só que tudo se vai resolver como conseguirei atingir os meus objectivos.
Um dia vão ver que eu tenho razão.
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