12 maio, 2010

Era vs Foi

Já era noite, e nó lá continuávamos naquela cama onde tivéramos passado toda a tarde, enroscados um num outro, como se lá fora nevasse e tudo a nossa volta estivesse congelado, o meu corpo fundia-se com o teu num acto de segurança, cada centímetro do teu corpo criava-me arrepios. Conhecendo todos os teus gestos, todos os teus jeitos limitava-me a seguir os teus movimentos, conhecia-te melhor que ninguém e mesmo assim tudo era novo.
Um simples toque transportava-me para uma nova dimensão, uma que desconhecia existir. As tuas palavras suavam como tudo aquilo que queria ouvir, sonhava passar umas tantas horas como aquelas que já passará na mesma posição. A impetuosidade da posição deixava-me calmo, seguro, como se do ventre da minha mãe se tratasse, tinha medo de me mexer um milímetro que fosse mesmo que fosse para sentir o textura da tua pele e dos teus lábios, que me continuava a congratular após já os conhecer.
Aquela tarde era já memorável, e ainda não tinha terminado, a tua textura, o teu cheiro, o teu olhar, a tua voz, tudo em ti ficara esculpido na minha mente, e por aqui continua, como se uma obra de arte se trata-se. Mas ainda havia muito para viver, para sentir naqueles momentos que se seguiriam.
O sentimento que me invadia por dentro transformava-se em palavras, tudo o que queria era dizer amo-te, queria mostrar o quanto mas não tinha conhecimento de como o fazer, mesmo sendo uma pessoa de pormenores, nem mesmo com isso conseguia mostrar o que sentia naquele momento. Mas sabia, no entanto, o querias que a tua boca falasse mesmo sem ter de a abrir, tudo o que fazias fascinava-me, tudo aquilo que pensavas eu entendia.
Fez-se noite sem dar-mos conta, e naquela posição ainda continuávamos, ambos percebíamos o porque, mas nenhum de nós percebeu o para quê, as horas que tinham passado eram passado e as que faltavam diminuíam cada vez mais, seriam elas ser tão escassas que não me permitiriam ter tempo de me exprimir da maneira correcta.
Uma vez mais movia-me cuidadosamente, pelo teu corpo percorriam as minhas mãos, nas tuas pernas estava entrelaçado, encolhia-me o mais que podia só para estar mais junto a ti.
Os meus pensamentos estavam a descoberto mas mesmo não conseguindo expressar-me tu percebes-te o que sentia, mas acabaste por não perceber o porquê de o sentir.
Queria aquele momento, queria-te a ti, queria sentir de novo aquilo quer senti. A minha alma continua a espera desse momento, o meu corpo, pede aquilo que não me destes, o meu "eu" sabe verdadeiramente aquilo que és.

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