05 abril, 2011

Frustrações

A primavera chegou e com ela veio também a preguiça que se instalou dentro de mim. Esta preguiça tem-me sido difícil de gerir, primeiramente no trabalho o qual tem andado num ritmo muito lento, não só por isto mas também tem efeitos, depois na vontade de escrever, o que me tem deixado frustrado, coisa que já não se me acontecia á muito tempo.
Vou escrever sobre aquilo que me tem dado que pensar, contudo, independentemente daquilo que me venha à cabeça, a decisão está tomada.
Como escrevi à bem pouco tempo, a minha vida profissional não me tem vido a agradar muito, não por aquilo que faço mas sim pelo que se passa a minha volta. Eu sou designer e isto é aquilo que sou, aquilo de que gosto, e nada me dá mais gosto do que ver pular da minha cabeça ideias e transformar-se em produtos, ma há também uma parte de mim que nunca está contente, pois, mesmo contente com aquilo que faço, mesmo gostando da área em que trabalho, eu tenho dentro de mim uma vontade estulta de terminar esta ligação laborar á qual estou vinculado, e se apenas a minha vontade já é um motivo suficiente, a maneira como tudo á minha volta se desenrola dá ainda mais vontade de me fazer á estrada.
Desenganem-se se já se questionam quanto á minha filosofia de desistir dos desafios, pois não é isso que pretendo, mas sim pretendo desafiar-me de uma maneira mais imperativa, estou a perder a minha motivação em tudo aquilo que faço simplesmente porque a ignorância daqueles que me rodeiam assim o determina, não consigo manter um pensamento positivo quanto aquilo que o futuro que pode ser aquela empresa.
É certo que na faculdade tudo aquilo que se aprende não passa de teorias que se encaixam na perfeição e após a transição entre teoria e pratica é ficamos ligeiramente desiludidos, e admito que isso se passou comigo, contudo foi á luta e tentei fazer algo mais, mas não foi suficiente, não por não me esforçar mas porque aquilo que eu pretendia era algo impossível e inacessível a pessoas com um nível abaixo do meu, confesso que me rendi á inutilidade mostrada por estas mesmas pessoa, e acabei por me ir moldando deforma a cumprir as necessidades que me eram exigidas, no entanto sempre fiel aos meus princípios, e sempre com a certeza de que tudo isto seria apenas temporário. Agora que o temporário começa a ser cada vez menor, e pensado naquilo que será o meu futuro, eu vejo e afirmo a alta voz que não consigo nem posso continuar a trabalhar de tal maneira. Primeiro porque não tenho a obrigação de fazer sacrifícios por quem nem noção tem, segundo porque enquanto designer sinto-me bloqueado com inutilidades, sinto-me perdido naquilo que faço, que em nada tem a ver com desenvolvimento.
Assim e em conclusão, a minha decisão está tomada e por isso aqui escrevo, independentemente do que possa vir a acontecer, dentro de pouco mais de três meses eu irei iniciar uma nova etapa da minha vida e carreira, os objectivos ainda não estão traçados mas a seu tempo pormenores serão pensados, mas confesso que o actual estado do país não me deixa grandes alternativas, mas tudo a seu tempo.

1 comentário:

  1. Como o entendo Micróbio .Sabe que siza vieira, Souto Moura incentivam os jovens Arquictetos a deixarem o País e emigrar para Suiça ou Brasil - Se tem Hipoteses faça-o ! Aqui ninguem dà valor á criatividade . Sou ao Preço , e preço não é compativel com criatividade .

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