03 março, 2011

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Ansiava pelo teu regresso, desde o dia que partiras que não havia dia em que não desejasse ter-te de volta, quanto mais rápido melhor. Toda aquela ansiedade, toda aquela vontade foi se acumulando, e cada dia que passava mais me custava estar longe de ti. Diz-se por aí que os homens têm necessidades, e as mulheres, pergunto-me eu, não tem essas mesmas?
Naquele dia em que via o barco desaparecer no horizonte rumo a um mar tempestuoso e cheio de incertezas, eu com todas as minha forças defendia a ideia que iria esperar por ti. Naquele dia contei os minutos e as horas até que essas se tornaram dias, e por muito que eu quisesse, já não tinha forças para aguentar as lágrimas que queriam brotar dos meus olhos. As saudades pesavam mais do que qualquer promessa e a minha balança estava agora desequilibrada perante a angustia de não saber o que fazer. Tudo parecia impossível, tudo parecia tão distante, e se ao menos eu pudesse ouvir a tua voz, se eu pudesse trocar uma mensagem contigo, uma única, que me desse mais certezas, aquelas que tinha no inicio e que esqueci durante todo este tempo.
O tempo passou, e eu carreguei todas estas angustias, todas estas necessidades, todas estas promessas, mas senti que não aguentava mais tudo aquilo em cima dos meus pequenos ombros, sentia-me fraca, não era capaz de desenvolver um pensamento positivo para mais um minuto de espera.
Desisti por fim, desisti de esperar, aquela tão portuguesa palavra, que carregava no meu coração era peso que eu com a minha fragilidade feminina não conseguia aguentar. Eu queria cumprir as promessa que fizéramos mas as duvidas iam-se acumulando em todo o meu pensamento, aquela alegria que tanto elogiavas estava agora escondida nos recônditos da minha alma.
Nunca foi capaz de deixar de pensar em ti um dia que fosse, não havia hora em que não passasses pelo meu pensamento, contudo essas recordações não eram suficientes para me fazer sorrir, eu precisava mais do que recordações e tu não estavas aqui para realizar os meus anseios.
Contei até meses, semanas foram muitas, dias, concretamente foram duzentos e vinte e quatro e nesse dia eu explodi, não aguentei mais e todo aquele aperto no peito, por mais que eu quisesse esperar, tudo era uma incerteza.
Era final de tarde, o sol dava já lugar á lua, eu estava no meu quarto, senti que as minhas forças estavam a esgotar-se, senti que não aguentava mais, deitei-me na cama olhei momentaneamente para o tecto, aquele que muitas vezes nos viu trocar as promessas não cumpridas, fechei os olhos e vi-te por uma ultima vez, nesse momento senti que tudo acabava e sem perceber mais o que comigo se passava, morri de saudades.

by M.

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