Estava eu na minha revista diária pelos vossos blogs e deparei me com uma frase que me inspirou.
“Cicatrizes…contam como tatuagens da vida”
E não é que ainda ontem falei neste assunto?! Pois é, estive a contar umas aventuras que tive quando era mais novo, e a determinado momento da conversa cheguei a uma conclusão. Ou melhor duas, primeiro, eu era terrível quando era mais novo e isso reflectiu-se nas visitas ao hospital, segundo todas aquelas aventuras, todas aquelas cicatrizes me fizeram aquilo que sou hoje, não só pelas histórias que me dão mas principalmente pelos momentos que me fazem recordar, e as recordações são as melhores coisas que temos na vida.
Ora então, eu que era muito rebelde, upa upa, se era, tenho uma quantidade digna de um samurai do antigo Japão, no entanto tudo correu sempre pelo melhor para o meu lado, apesar de algumas cicatrizes de superficiais nenhuma delas me feriu interiormente e sempre que recordo qualquer das minhas aventuras fico com um sorriso nos lábios (que por sinal hoje forem presenteados com mais um cicatriz).
A afirmação que me inspirou não poderia estar mais correcta, as cicatrizes que fazemos e que nos deixam recordações são como tatuagens, que até hoje me tem sido marcantes, sempre que vejo no meu corpo algumas daquelas mazelas da minha infância é como se voltasse a vive-las se até agora assim tem sido, penso que muito provavelmente assim continuará. Não me importo de ter algumas marcas de guerra, não me importo de ter algum “defeito” pois tudo isso é compensado pela alegria que todas elas me dão, é compensado pelos momentos fantásticos que vivi quando ainda não sabia ler nem escrever e que continuaram a surgir até hoje e que continuaram daqui para a frente.
Fazendo uma brevíssima descrição das minha aventuras (não vale retirar ideias para realizar filmes á minha custa, no mínimo dividimos os lucros):
- Tinha eu quatro ou cinco anos e estava num parque infantil sentado num tubo redondo que servia de protecção de um espaço quando de repente, pummm, rodopiei de mais para trás, resultado, três pontos na parte de trás da cabeça (ainda hoje se vê quando corto o cabelo).
- Com seis ou sete anos o meu desporto favorito era chatear o meu irmão, acontece que errei no dia, zangou-se tanto que já ia eu a fugir quando ele me atirou com um pau, por pouco não era a morte do autor destas linhas, para grande felicidade minha foram apenas dois pontos na orelha direita.
- Perto dos dez anos de vida fiz uma corrida após tomar banho, com partida da casa de banho e chegada quarto, pormenor: pés molhados. O caminho tem duas curvas com contracurvas, a primeira já patinou, na segunda perdi o controlo, bati nos rails… com a cabeça, mais sete pontos e a ganhei a cicatriz que ostento com mais orgulho.
- Já havia festejado o décimo aniversário e continuava a adorar o desporto de chatear o meu irmão, desta feita já não fugia e o resultado segundo o médico ortopedista chama-se fractura de mau boxer, segundo a minha descrição, dedo mindinho da mão direita fracturado.
-Já com quinze anos com uma faca acidentalmente cortei-me num braço, mesmo entre duas veias, disse a enfermeira, mais três pontos naquelas manha, contudo era apenas um acidente não fosse eu para a piscina nesse mesmo dia a tarde, resultado, três pontos abertos e uma cicatriz que nunca mais desapareceu.
- Um ano mais tarde, como praticante de um desporto a sério, o atletismo e na modalidade de salto em comprimento fiz um corte na zona do tornozelo do pé esquerdo, coisa linda de se ver, mas nesta altura já não gostava de visitar as enfermarias, resultado final, acabei a competição nesse dia e ainda foi no dia seguinte cheio de dores fazer outra, escusado será dizer que de nada serviu o meu pai dizer que era cicatriz para uns pontinhos, esta fica como recordação dos meus bons momentos neste desporto.
- Além destas existem muitas mais, mas não com tanta animação, no entanto todas fazem parte de mim.
ahah, que histórias!
ResponderEliminarIsso é que são marcas... Eu não tenho muitas. Só as das vacinas que levei quando era pequena (que são horriveis e que hoje em dia já quase ninguém tem), duas cicatrizes na testa de quedas que dei e outra na ponta do indicador da mão esquerda, onde tenho pouca sensibilidade devido a um corte que lhe fiz há uns anos.
Não lhes ligo muito, mas de vez em quando gosto de me pôr a analisar as que tenho na testa e a voltar atrás no tempo...
Isso é que são tatuagens de vida ;D
ResponderEliminarQuanto a cicatrizes tenho pouquinhas:
os meus dois joelhos não são lisos porque caí tanta vez de joelho que era ferida atrás de ferida. Lembro-me de, uma vez estar a correr, e não sei como caí com os dois joelhos em chão acimentado. E nesse dia tinha uma ferida a cicatrizar num dos joelhos.
Os cotovelos contam mais ou menos as mesmas histórias.
E por último, levei 4 pontos no queixo quando o meu irmão, com os seus 8 anos lembrou-se de me fazer uma rasteira. Ora, eu estava de meia e no chão não estava a carpete que costuma lá estar. Caí, bati com o queixo. Desmaiei. Quando acordei fui para o hospital, mas antes fui-me ver ao espelho. Vista: o maxilar a ver-se, e a pele toda para trás. (passado dois anos, o meu irmão caiu de bicicleta em chão acimentado e também aleijou-se no queixo. Levou dois pontos)