06 março, 2010

Memórias

É incrivelmente estúpido a forma como reagimos a determinadas situações, vejo o meu passado e descubro no meio das minhas memorias momentos inacreditáveis, memorias de um dia, memorias de um tempo, memorias de alegrias, alegrias vividas, alegrias passadas e agora nada mais são do que meras recordações, recordações alegres ou talvez não, recordações de tempo, de vida e as mais marcantes de pessoas.
Nada na vida nos pode deixar triste, nada do que façamos é mal feito, porque tudo aquilo que fazemos tem um motivo, obviamente este motivo pode deixar de ser válido, mas temos de pensar que se um dia fizemos algo é porque tínhamos um motivo para isso, é por isso que nunca nos devemos arrepender do que fazemos.
Reviver um passado é muito mais que recordar, é recuar no tempo, é ver tudo o que vimos, é sentir tudo o que sentimos, reviver é sentir a alegria que um dia sentimos. Apesar de nem todas as nossas memórias agora nos fazerem sentir o mesmo que sentimos antes, faz-nos sempre sentir aquele momento.
As nossas memorias são aquilo que nos define, são aquilo que nos faz, são quilo que fomos, mas mais do que isso são a nossa historia, uma historia que continuamos a contar, com ou sem a ligação a momentos passados, assim podemos viver a nossa vida separando-a por capítulos, em cada um desses capítulos está um bocado de nos, um bocado de vida, mas também um bocado de historia, por muito que nos custe por vezes virar a pagina e escrever outro capitulo, é o que por vezes temos de fazer, nem que este não tenha todas as palavras, isto porque há capítulos que tem de terminar antes de terminar a historia. Há capítulos que nos marcam e é com estes que mais aprendemos, mas num determinado momento há que saber onde colocar o ponto final.
Vou escrevendo um novo capítulo, com novas palavras e novas ideias, mas nunca sem esquecer os anteriores capítulos, pois este é um seguimento dos anteriores, sem eles eu não poderia escrever um novo, este novo não é nem melhor nem pior que o anterior, mas sim com outras palavras, palavras essas que são escritas também com nova tinta. Estas mutações devem-se ao facto de este ser um capítulo com outra maturidade, esta apenas conseguida pelo crescimento durante as últimas memórias.
Neste livro que vou escrevendo vou aprendendo como escrever, vou fazendo o que ainda não fiz, vou vivendo o que nunca vivi, e recordando o que já escrevi mas nunca apagando o que já senti.
Sinto uma alegria enorme ao recordar aqueles momentos, fico contente por tê-los vivido, mas entristece-me não poder sentir o que senti, viver é muito mais que recordar, e apesar de recordar me fazer feliz, já não é a felicidade completa, porque essa só a sinto no presente. Presente esse que é só de mim depende mesmo que nele viva mais alguém.

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