Alguns dias são chatos, mesmo chatos, mas mesmo esses por vezes tem coisas boas, recordações, horas bem passadas, novas descobertas, e tudo isso nos momentos que menos esperamos.
Chovia quase torrencialmente lá fora, acabava de acordar, ainda com os olhos meios abertos, pensei para mim, que dia terrível estará, nem posso sair de casa com este tempo miserável, e tinha de ser logo no meu dia de descanso, como odeio isto, mas pronto lá me aguentei, deixei-me estar debaixo dos quentes e confortáveis lençóis a espera que o divino espírito santo intervisse neste meu dia que tivera começado mal, mas como sempre essas coisas não são assim tão simples, alguns minutos depois, quase horas, lá me decidi a pinchar da cama, não tenho uma muito boa relação com as minhas almofadas, entre uns esfregar de olhos, outro esfregar de pés, lá me fiz ao caminho, que não era assim tão longo, só queria mesmo passar um pouco de agua pela minha cara, o que devo dizer, foi mesmo agradável, contra tudo o que esperava com o tempo que fazia lá fora.
Entre estados de quase sonambulismo, lá consegui vestir algo quente e confortável, coloquei tudo o que precisava e o que não precisava nos bolsos, vesti o casaco mais quente que tinha no armário e terminei com o mp3 e os meus headfones, musica bem alegre e som bastante alto, e cá vou eu de novo para a selva.
Abro a porta de casa, deparo-me com um ambiente húmido, escuro e frio, mas com uma pequena aberta no céu que me fez acreditar que seria uma boa altura para sair de casa. Parara de chover naquele momento, entre alguns saltinhos para evitar as poças de agua consequentes de uma noite de chuva intensa, e as nuvens cinzentas, lá consegui encontrar algo para me alegrar o espírito, aquela musica veio mesmo na altura certa, às vezes penso que o meu mp3 compreende aquilo que preciso.
Não foi preciso muito, uns metros depois de deixar de vislumbrar o sítio de partida, numa rua da qual gosto muito, e que parece mesmo retirada de um filme lamecha, com arvores de um lado e de outro do passeio formando um corredor sombrio mas bastante simpático, começo a ver alguém vindo no sentido oposto ao meu, a silhueta era de um corpo feminino, o andar parecia-me familiar, mas a distancia era ainda muita para poder afirmar se conhecia. Lá continuei eu na mesma direcção pensando se seria ou não que eu imaginava.
Quem era, era rapariga, jovem, alta, umas pernas invejáveis, umas curvas bem definidas, agradáveis até e com longos cabelos castanhos, e continuava eu a perguntar-me será mesmo ela?
Foi preciso chegar quase tão perto como se lhe fosse tocar para perceber que não era quem eu pensava, não era definitivamente ela, contudo vi o seu sorriso na minha direcção, vi que sorria para mim apesar de ser um sorriso envergonhado.
A cerca de um metro dela não resisti á sua beleza e fiz algo que nunca fizera, entre um sorriso deixar fugir pela minha boca um “olá”. Que por boa educação ou talvez não teve a mesma palavra como resposta.
Devo dizer que apesar de uns dias não ser bons para sair de casa, há outros que me fazem sentir uma nova pessoa. O dia foi diferente.
Cada um é como é, e se realmente gostarem de ti aceitam te tal e qual como és...
ResponderEliminarE sabes uma coisa? Apreendes-te muito bem, não devemos mudar por ninguém.
Desculpa a invasão, mas acabei por me rever um pouco no teu texto.
Aposto que não és má pessoa... não te preocupes tanto com o que os outros pensam... o que importa és tu.
:)
obrigado AC, de facto já me preocupei mais com o que os outros pensam do que agora, todos os dias são diferentes, e todos os dias emprendemos...
ResponderEliminartas desculpada pela invasão e por todas as possiveis futuras invasões, é para isso que escrevo, para desabafar sobre o mundo e para o mundo